Quinta, 29 Agosto 2019 17:43

Preservar a Floresta do Camboatá é uma luta de toda a sociedade

Dirigentes, parlamentares e ambientalistas no debate sobre a Floresta de Camoatá Dirigentes, parlamentares e ambientalistas no debate sobre a Floresta de Camoatá

 

Criar uma Frente Parlamentar e de Entidades da Sociedade que debata e organize a luta em defesa da Floresta do Camboatá, uma das últimas áreas de Mata Atlântica no Rio de Janeiro. Esta foi a proposta feita pela presidenta do Sindicato, Adriana Nalesso, e aprovada durante o evento “SOS Floresta do Camboatá”, organizado pela Secretaria de Meio Ambiente do Sindicato, que reuniu técnicos e parlamentares, no auditório da entidade, nesta quarta-feira (28/8), no auditório do Sindicato.

O evento foi organizado pela Secretaria de Meio Ambiente do Sindicato. Um dos diretores da secretaria, Jacy Menezes, condenou a destruição da floresta para a construção de um autódromo no bairro de Deodoro. “Todos os cariocas têm que estar envolvidos na resistência em defesa da floresta. Sua destruição é um crime ambiental que vai impactar o meio ambiente de forma definitiva”, afirmou.

O projeto de construção do autódromo é defendido pelo prefeito Marcelo Crivela, pelo governador Wilson Witzel e pelo presidente Jair Bolsonaro. Mas conta com a resistência de ambientalistas, a população do entorno e de diversas entidades representativas de vários setores da sociedade, entre elas o Sindicato, além de parlamentares. A Justiça Federal manteve a proibição de assinatura de contrato para a obra até que seja elaborado um relatório de impacto ambiental.

Preservação ambiental

Para o pesquisador do Jardim Botânico, Haroldo Lima, a destruição de uma floresta não pode ser decidida pelo prefeito. “É uma decisão sobre a qual toda a sociedade tem que ser consultada, pela sua importância para as espécies que ali vivem, flora e fauna, e pelo impacto para o meio ambiente e a qualidade de vida dos que moram na cidade”, disse. O fotógrafo Gustavo Pedro, lembrou que na floresta do Camboatá vivem 160 espécies animais, muitas delas raras, e mais de 170 espécies de plantas.

Para o engenheiro florestal Beto Lima Camboatá é um patrimônio natural da cidade do Rio de Janeiro. “É uma reserva biológica que tem que ser tratada com a devida importância. Consta do plano urbanístico da cidade e não pode ser dizimada. Há outras áreas próximas que servem de pasto, três vezes maiores, que podem ser usadas para a obra sem impacto ao meio ambiente, sem acabar com um espaço tão nobre e suas espécies”, defendeu.

O vereador Reimond (PT-RJ) citou uma frase do Papa Francisco de que destruir uma floresta é matar a humanidade. “Nosso papel político é defender a cidade, os que vivem nela e sua relação com uma floresta tão importante para o equilíbrio ecológico e a qualidade de vida”, afirmou. O vereador Renato Cinco (PSOL-RJ), acrescentiu que uma das deliberações do movimento em defesa da Floresta é a defesa do Camboatá. “Temos que transformar aquela numa área de preservação ambiental. E isso só vamos conseguir se ampliarmos por toda a sociedade o movimento “SOS Floresta do Camboatá”. O vereador Fernando Wiliam (PDT-RJ) afirmou que “não vamos permitir praticarem este crime contra o clima e a população carioca. Este projeto é uma insanidade”. disse.

 

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