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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Com uma passeata que interrompeu o trânsito na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, estudantes e trabalhadores exigiram a rejeição da Proposta de Emenda Constitucional número 6 (PEC 6), a chamada reforma previdenciária. O ato fez parte do Dia Nacional de Luta Contra a Reforma da Previdência, convocado pela União Nacional dos Estudantes (UNE) e centrais sindicais, como a CUT, CTB e Conlutas e chegou a interditar todas as faixas da via S1, na altura da Rodoviária do Plano Piloto. Houve também protestos nos estados, como o da Praça XV no Rio de Janeiro.
Os participantes da mobilização na capital federal se concentraram no Museu Nacional Honestino Guimarães às 10h e iniciaram uma passeata em direção ao Congresso Nacional. Sob denúncia feita pela imprensa de compra de votos, na noite de quarta (10), a Câmara dos Deputados aprovou em primeiro turno, por 379 votos a 131, o texto-base da proposta que altera as regras, restringindo o acesso e reduzindo o valor de aposentadorias, pensões e demais direitos.
Mas, devido ao desgaste de aprovar um projeto antipopular extremamente prejudicial à classe média e aos mais pobres, os deputados governistas passaram a admitir que o segundo turno de votação somente aconteça em agosto. O anúncio foi feito, nesta quinta-feira (12/7), pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que, antes, falava em aprovar os dois turnos antes do recesso que começa em 18 de julho.
Denunciar os parlamentares traidores
No ato da Praça XV, no Rio de Janeiro, foi unânime a avaliação entre os oradores, que a aprovação do texto da reforma em primeiro turno, foi uma batalha perdida, mas não a guerra. Para a presidente do Sindicato, Adriana Nalesso, é possível barrar a reforma. Mas para isto, frisou em discurso na manifestação, é necessário ampliar a mobilização e também a denúncia dos parlamentares que estão traindo a população, colando cartazes nas ruas e redes sociais com os seus nomes e fotos.
“Outra batalha que precisamos vencer é a da contrainformação. Grande parte das pessoas não entenderam como a reforma é cruel e extremamente prejudicial, para elas e para as gerações vindouras. O governo Bolsonaro e também a mídia mentem dizendo que é preciso cortar direitos com a PEC 6 porque não há dinheiro suficiente no Orçamento da União, e que com o projeto vão pôr fim aos privilégios. Mas é justamente o contrário. Tanto é que o dinheiro apareceu na hora de comprar votos através da liberação de R$ 3,8 bilhões em emendas aos parlamentares. E mais: a reforma mantém os privilégios deles mesmos, políticos, juízes, do próprio presidente e de procuradores”, lembrou.
Drante o ato, Adriana defendeu a libertação do ex-presidente Lula, diante da comprovação de que o ex-juiz e atual ministro da Justiça Sérgio Moro, mandou prender Lula sem provas. E que orientou os procuradores da Lava-Jato neste sentido.
A diretora da CUT do Rio de Janeiro, Maria Eduarda Quiroga, argumentou que, mais do que nunca, agora é a hora de irmos para as ruas. “E vamos fazer isto para impedir o maior ataque aos direitos previdenciários, que vai impedir as pessoas de se aposentarem, atingindo sobretudo as mulheres e os mais pobres. Ao mesmo tempo a PEC 6 tira os direitos previdenciários da Constituição Federal, permitindo que novas retiradas de direitos possam ser aprovadas por maioria simples de votos”, denunciou.