Quinta, 06 Junho 2019 16:50

Globo mente ao dizer que recuperação da economia depende da Reforma da Previdência

   Legenda: MENTIRA ONTEM E HOJE – Em 1962, O Globo fez campanha contra a criação do 13º salário para os trabalhadores. Em 2019, faz campanha pela aprovação da Reforma da Previdência. A grande imprensa sempre esteve do lado do grande capital e contra o trabalhadorParte superior do formulário Legenda: MENTIRA ONTEM E HOJE – Em 1962, O Globo fez campanha contra a criação do 13º salário para os trabalhadores. Em 2019, faz campanha pela aprovação da Reforma da Previdência. A grande imprensa sempre esteve do lado do grande capital e contra o trabalhadorParte superior do formulário

Leonel Brizola dizia que, “quando vocês tiverem dúvida quanto a uma posição a tomar, diante de qualquer situação, atentem: se a Rede Globo for a favor, somos contra. Se for contra, somos a favor.” A frase pode parecer exagero, mas expressa o cunho ideológico do grupo da família Marinho, sempre em defesa dos interesses dos grandes empresários e do capital estrangeiro e contra os trabalhadores. Na última sexta-feira, 31, o jornal estampou uma manchete insinuando que a aprovação da Reforma da Previdência é a única saída para o país sair da recessão: “Risco de recessão aumenta pressão para aprovar reformas”, panfletou. A manipulação diante de uma economia que encolhe, dos investimentos que despencam e da queda do consumo das famílias, esconde uma verdade. Como sair da crise, se o trabalhador não tem emprego e renda? A aprovação da reforma tem justamente o efeito contrário do que sugere o jornal, já que reduz ainda mais a renda média de aposentados e pensionistas e coloca em risco a possibilidade de, num futuro breve, deixar milhões de idosos sem renda, como no Chile, que adotou o sistema de capitalização privada proposto pelo ministro brasileiro Paulo Guedes.  

 Velhas práticas

 A posição das Organizações Globo contra governos populares vem de longe. O grupo criado por Roberto Marinho fez campanha contra Getúlio Vargas junto com Carlos Lacerda, levando o líder trabalhista ao suicídio. Apoiou o golpe militar que derrubou João Goulart e fez campanha pelo impeachment de Dilma Rousseff. Nos anos 60, fez uma previsão insana de que a economia do Brasil iria literalmente falir com a assinatura da lei do 13º salário por Jango: “Considerado desastroso para o país um 13º salário”, estampou em sua manchete em 26 de abril de 1962. Hoje os comerciantes e toda a sociedade sabem que é justamente o contrário. É o 13º salário que aquece as vendas e, por conseguinte a economia. Aquecer o mercado interno é o segredo contra a recessão. O governo Lula mostrou isso, transformando uma grave crise mundial em uma “marolinha”, como o próprio ex-presidente declarou.

A elite brasileira parece não ter aprendido que não há capitalismo exitoso sem geração de emprego e renda. Ou não está mais interessada no desenvolvimento econômico, porque vive hoje da especulação da ciranda financeira, o capital “vadio“, que não gera um só emprego mas enche as burras dos empresários de dinheiro, à custa dos maiores juros do mundo, pago pelo trabalhador e por quem ainda resiste em investir no setor produtivo.

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