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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Neste dia 3 de maio acontece o Dia Internacional da Liberdade de Imprensa. Este é o 26º ano em que o DMLI é celebrado em todo o mundo desde que foi proclamado pela Assembléia Geral da ONU, em dezembro de 1993. O tema deste ano é “Mídia pela Democracia: Jornalismo e Eleições em Tempos de Desinformação”.
Mas para inúmeros jornalistas e professores não há liberdade de imprensa no Brasil e mesmo na maioria dos demais países. Na avaliação da professora da Unisul, Raquel Wandelli, a data serve como reflexão para lembrar a falta que essa liberdade faz para a saúde democrática, para a pluralidade cultural e para a justiça social no Brasil e no mundo.
“No panorama atual, enfrentamos aqui e em outros contextos autoritários semelhantes no mundo o sério comprometimento desse direito por redes privadas de comunicação que ocupam concessões públicas como se fossem a extensão dos seus negócios ou dos seus latifúndios”, afirma Raquel. Para ela, a mídia brasileira hoje está mais para fazer propaganda e assessoria de imprensa aos governos que ajudou a colocar à força no poder do que para desempenhar o jornalismo. “Quem teria a cara de pau de chamar isso de liberdade?”, questiona.
A concentração da mídia nas mãos de algumas famílias e “coronéis” da política brasileira, levou à criação do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC). Enfrentar e derrubar o monopólio ilegal da Comunicação é ponto de partida para restabelecer a democracia. O FNDC denuncia a concentração, a ausência de pluralidade e diversidade nos meios de comunicação brasileiros. E defende ações como a universalização da Banda Larga e a aprovação de um Marco Civil da Internet (com a garantia de neutralidade de rede e privacidade para os usuários). Tem como principal instrumento de luta a “Lei da Mídia Democrática”, um projeto de lei de iniciativa popular que propõe a regulamentação para o setor de rádio e televisão no Brasil.
Mídia apoia Bolsonaro, mas é criticada
Mesmo apoiando a política do governo Bolsonaro de retirada de direitos dos trabalhadores e da população carente, as grandes empresas de comunicação, entre elas as organizações Globo, Bandeirantes, SBT, Rede Record e Rede TV são criticadas pelo presidente. A mídia vem sendo chamada de “parcial” por fazer reportagens sobre as seguidas contradições e casos de corrupção do governo.
Em pouco mais de dois meses no cargo, o presidente Jair Bolsonaro usou sua conta no Twitter para publicar ou compartilhar mensagens nas quais critica, questiona ou ironiza o trabalho da imprensa. Foram 29 publicações desde a posse, uma média de uma vez a cada quase três dias na rede social que o presidente tem utilizado como principal meio de comunicação com a população.