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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Sem um voto sequer e nem ao menos ter participado das eleições presidenciais da Venezuela, em 2018, o líder da oposição, Juan Guaidó, apoiado pelos EUA, que se autoproclama presidente de seu país, convocou manifestações de rua contra o governo de Nicolás Maduro nesta terça-feira, 30 de abril. Segundo o governo venezuelano, grupos fortemente armados, com apoio de uma centena de militares que traíram o governo bolivariano tentam derrubar o presidente Maduro. Pelo menos 70 pessoas ficaram feridas nos confrontos, inclusive militares fieis ao governo chavista.
Em um vídeo, Guaidó aparece ao lado de meia dúzia de militares de baixo escalão declarando que tem apoio de membros das Forças Armadas que teriam se voltado contra o governo. Informação oficial de Caracas dão conta de que não passam de 90 o número de praças e um capitão que teriam passado a apoiar a oposição.
Segundo Maduro, os EUA estão tentando corromper militares para que se insurjam contra o governo eleito, mas 80% teriam desistido da conspiração. O governo venezuelano garante que o golpe, mais uma vez, fracassou.
A guerra pelo poder não ocorre apenas nas ruas, mas nos canais de informação. Segundo Mike Pompeo, secretário de estado dos EUA, um avião chegou a ser preparado para Maduro se exilar em Cuba, o que foi desmentido por Maduro. O golpista Guaidó fez nova convocação para a rebelião nesta quarta, 1º de maio.
O interesse dos EUA
O governo dos EUA não está interessado em defender a democracia e o povo venezuelano, como anuncia e faz alarde na opinião pública internacional. Além de estar de olho no petróleo, o governo americano recebeu uma informação que aumentou a cobiça das multinacionais estrangeiras: a empresa petrolífera americana Exxon descobriu que há em solo venezuelano o que pode ser a maior reserva de gás do mundo. Como no Brasil, em que a descoberta do Pré-Sal levou a Casa Branca a tentar inviabilizar a Petrobras através das denúncias de corrupção na estatal brasileira, a apoiar o golpe que derrubou Dilma Rousseff e a financiar a guerra híbrida de fake news na s redes sociais que ajudaram a eleger Jari Bolsonaro presidente do Brasil, o governo americano apoia o golpe e promove o bloqueio econômico para tentar derrubar Maduro e controlar as riquezas naturais da Venezuela. O tempo corre contra os golpistas. Ao fracassar na conspiração e não ter o apoio esperado dos militares, o grupo fiel ao opositor Guaidó perde fôlego e força e Maduro consegue se manter no poder. Até quando, só a história dirá.