Quarta, 01 Mai 2019 09:59

Beth Carvalho, madrinha do samba e do povo

Beth Carvalho aponta para um retrato de Che Guevara. Com Brizola, Hugo Chávez, Lula, Dilma e Fidel Castro. A artista era declaradamente de esquerda Beth Carvalho aponta para um retrato de Che Guevara. Com Brizola, Hugo Chávez, Lula, Dilma e Fidel Castro. A artista era declaradamente de esquerda

Morreu na tarde desta terça-feira (30), aos 72 anos, Elizabeth Santos Leal de Carvalho, a sambista Beth Carvalho. A artista não era popular apenas por ser um ícone do samba e do pagode de raiz, mas também por suas posições políticas sempre ao lado do povo. Brizolista roxa, apoiou Brizola até a morte do líder pedetista, em 2004. Sem sua principal referência política, passou então a fazer campanha para Lula, a últ ima em 2016, contra a prisão do petista pela Operação Lava-Jato. Em 1989, na campanha das Diretas Já!, lá estava Beth cantando em defesa da democracia, da soberania nacional e da emancipação do povo brasileiro. 

As paixões da sambista

A Estação Primeira de Mangueira era uma das maiores paixões de Beth Carvalho. Amiga de Nelson Cavaquinho, foi peça importante na divulgação das composições do compositor, como “Folhas secas”, além de outros sambas do mangueirense. O mesmo fez com Cartola, gravando inicialmente “As Rosas não falam”. 
Amava também o Cacique de Ramos, um dos mais tradicionais blocos de carnaval do Rio de Janeiro. Como curtia tudo o que o povo gosta, o futebol também fazia parte de suas paixões: era botafoguense. 
Beth Carvalho revelou vários sambistas,como, Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz, Luiz Carlos da Vila, Almir Guineto e o grupo Fundo de Quintal, entre tantos outros talentos. Um dos seus primeiros sucessos foi “Andança”, de Edmundo Souto, Paulinho Tapajós e Danilo Caymmi. Foi intérprete inigualável de Cartola e Nelson Cavaquinho e levou o samba aos mais distantes rincões do país e do mundo.
A madrinha do samba era também madrinha do povo. 

Mídia