Segunda, 29 Abril 2019 20:53

Resistir é preciso

Tentam nos convencer que não somos trabalhadores no sentido amplo da palavra. Os banqueiros usam vários adjetivos como “colaboradores” e “sócios” como se fôssemos co-proprietários com obrigação de garantir a existência da empresa e a lucratividade do patrão. Além disso, tentam também passar uma falsa imagem, como mostrar, por exemplo, que ser trabalhador PJ – Pessoa Jurídica - é bom. Como assim é bom, se um pejotizado não tem direito a 13º salário, contribuição previdenciária, férias remuneradas, tickets refeição e alimentação entre tantos outros direitos que nós conquistamos durante anos de luta?
Em outros momentos, também tentam persuadir o trabalhador que ser empreendedor é uma grande vantagem. O que nem sempre é verdade. Na realidade, muitos desses empreendedores são empresas individuais que sequer têm apoio do governo e muito menos uma política direcionada com taxas de juros menores, por exemplo, como acontece com as grandes empresas. Somos trabalhadores e não empresários ou banqueiros. Não especulamos no mercado tendo lucro fácil com taxas de juros altas, recebemos salários.
O Brasil está sendo transformado em um país sem oportunidades de trabalho, com 13 milhões de desempregados e quase 5 milhões de desalentados, pessoas que cansaram de procurar emprego e desistiram porque não conseguiram uma colocação no mercado de trabalho formal.
Estamos em um momento em que o trabalhador não é valorizado, tem as relações de trabalho precarizadas. Não há perspectivas para ampliação dos investimentos objetivando gerar empregos ou dando oportunidade para que empresas cresçam e se desenvolvam.
Os ataques aos nossos direitos começaram com a aprovação da reforma Trabalhista, quando há um ano e meio a legislação trabalhista foi retalhada trazendo muitos benefícios aos empresários e banqueiros e perdas irreparáveis para o trabalhador. Agora, enfrentamos e resistimos a aprovação da reforma da Previdência, onde se aposentar está prestes a se tornar artigo de luxo. 
Comemorar o Dia do Trabalhador não está sendo possível, mas não podemos deixar de notar e valorizar que o nosso acordo coletivo, diferente de outras categorias de trabalhadores, possui direitos bem acima da lei, porque somos trabalhadores, não empreendedores, enfim, não somos empresários.
Neste 1° de maio, antes de mais nada quero dar um viva a trabalhadora e ao trabalhador bancário e aos muitos direitos que conquistamos com nossa luta e resistência.

Adriana Nalesso – Presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio

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