Segunda, 15 Abril 2019 18:45

Bancos admitem debater doenças ocupacionais dos bancários

Comando Nacional apresenta à Fenaban, dados que revelam aumento  de afastamentos de bancários por doenças psíquicas e transtornos mentais Comando Nacional apresenta à Fenaban, dados que revelam aumento de afastamentos de bancários por doenças psíquicas e transtornos mentais

Dois temas considerados prioritários pela categoria bancária, saúde e condições de trabalho, foram novamente pauta de negociação do Comando Nacional com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), na terça-feira, 9, em São Paulo. Na reunião, os sindicalistas reapresentaram resultado de pesquisas que revelam o alto nível de adoecimento na categoria. 
Alguns dados chamam a atenção, como a tendência nos últimos anos, em que afastamentos por doenças psíquicas ultrapassam as Ler/Dort e marcam o novo retrato da categoria. A maioria dos afastamentos são de trabalhadores das áreas gerenciais, onde a cobrança por metas é ainda mais intensa. 
Metas abusivas
Os bancos alegam que “têm interesse em ampliar a discussão sobre saúde e as condições de trabalho”, mas para que isso se torne uma realidade, é importante o reconhecimento da origem do problema. 
“As metas têm relação direta com o sofrimento psicológico dos bancários. Para mudar essa realidade é necessário ampliar o debate e implementar ações que combatam o problema, pondo fim às metas abusivas”, disse a presidenta do Sindicato do Rio, Adriana Nalesso. Para a sindicalista, o fato de que apenas 20% dos funcionários conseguem atingir os resultados estabelecidos pelos bancos mostra ser inaceitável a prática de jogar sobre os ombros dos outros 80% o estigma de “incapazes”. 
“É evidente que, se a imensa maioria não alcançou os resultados é preciso reavaliar as metas estabelecidas e não comparar e culpar o trabalhador pelos resultados”, acrescenta. Nalesso acrescenta que, por mais doente que esteja, muitas vezes, o bancário não se trata e nem informa às empresas seu problema de saúde por medo de ser demitido. 
Categoria estressada
Pesquisas revelam que os bancários associam o stress à profissão, que o trabalho é fonte constante de pressão e há o medo por exposição pública. Além disso, o bancário vive sob a tensão permanente por medo de assalto e violência. Para o Comando Nacional dos Bancários é preciso criar um canal de confiança e um ambiente de trabalho mais humano na busca de objetivos da empresa. Outro problema apontado pelos sindicatos é quando os bancários retornam da licença e são transferidos, ou ficam sem uma lotação certa. A mudança de local de trabalho traz insegurança e, em muitos casos, o trabalhador é até demitido. 
A próxima reunião ficou marcada para o dia 22 de maio.

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