EXPEDIENTE DO SITE
Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Comando Nacional apresenta à Fenaban, dados que revelam aumento de afastamentos de bancários por doenças psíquicas e transtornos mentais
Dois temas considerados prioritários pela categoria bancária, saúde e condições de trabalho, foram novamente pauta de negociação do Comando Nacional com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), na última terça-feira, 9, em São Paulo. Na reunião, os sindicalistas reapresentaram resultado de pesquisas que revelam o alto nível de adoecimento na categoria.
Alguns dados chamam a atenção, como o aumento no número de afastamentos por doenças de origem mental. Há uma tendência nos últimos anos: os afastamentos por doenças psíquicas ultrapassam as Ler/Dort e marcam o novo retrato da categoria. A maioria dos afastamentos são de trabalhadores das áreas gerenciais, onde a cobrança por metas é mais intensa, bem como as ameaças de demissões por baixa performance, que são cada vez mais constantes nas unidades.
Metas abusivas
Os bancos alegam que “têm interesse em ampliar a discussão sobre as condições de trabalho”, mas para que isso se torne uma realidade, é importante o reconhecimento da origem do problema.
“É inadmissível que os bancos continuem ignorando a realidade. As metas têm relação direta com o sofrimento psicológico dos bancários. Para mudar essa realidade é necessário ampliar o debate e implementar ações que combatam o problema, pondo fim às metas abusivas”, disse a presidenta do Sindicato do Rio, Adriana Nalesso, que esteve na mesa de negociação, na capital paulista.
Para a sindicalista, o fato de que apenas 20% dos funcionários conseguem atingir os resultados estabelecidos pelos bancos mostra ser inaceitável a prática de jogar sobre os ombros dos outros 80% o estigma de “incapazes”.
“É evidente que, se a imensa maioria não alcançou os resultados é preciso reavaliar as metas estabelecidas e não comparar e culpar o trabalhador pelos resultados”, acrescenta. Os bancários são profissionais extremamente dedicados, se não fossem, os resultados dos bancos não seriam tão positivos, com lucros recordes. Mas em vez de serem valorizados, os funcionários trabalham o tempo todo com medo de perder o emprego”, afirma Adriana.
Denúncias de assédio moral e pressão por metas não param de chegar aos sindicatos. Por mais doente que esteja, muitas vezes, o bancário não se trata e nem informa às empresas seu problema de saúde por medo de ser demitido.
“Os bancos precisam reavaliar e refletir, se querem mesmo mudar a situação e garantir melhor qualidade de vida e de saúde para a categoria. É preciso corrigir essas distorções”, destaca a sindicalista.
Para o Sindicato, o diálogo nos locais de trabalho é sempre muito importante e não há como aceitar imposição de metas inalcançáveis para maioria dos empregados.
Categoria estressada