Segunda, 11 Março 2019 16:05

Um dia, o 8 de março será de comemoração

Há exatamente 110 anos começou a ser comemorado o Dia Internacional da Mulher. A data era lembrada no último domingo de fevereiro, até que em 1975 a ONU – Organização das Nações Unidas, oficializou o dia 8 de março.
No início as mulheres queriam direito a voto, permissão para ocupar cargos públicos e também protestavam contra o fim da discriminação sexual no trabalho. Hoje, a nossa luta, apesar de algumas conquistas, não está muito diferente: continuamos na busca por igualdade de direitos, principalmente no mercado de trabalho onde a mulher continua sendo discriminada e menos valorizada do que os homens.
Cargos de chefia, de maior poder de decisão e altos salários continuam, muitas vezes, reservados para os homens e inalcançáveis para as mulheres. Infelizmente, já conhecemos essa história. Com as bancárias não é nada diferente, temos dificuldades de ascensão na carreira e recebemos em média 13% a menos do que os homens, mesmo representando cerca de 52% da categoria.
Estamos sendo atacadas por um governo que já se provou altamente discriminador e machista. Ele já entendeu que não vamos aceitar retrocessos. Por isso, recuou da proposta inicial de idade mínima de 65 anos para aposentadoria das mulheres, alterando para 62 anos. Mas não é suficiente. Como vamos conseguir ter 40 anos de contribuição no atual mercado de trabalho? A proposta também não leva em consideração que as mulheres trabalham mais do que os homens durante toda a vida, e geralmente, cumprem dupla e até tripla jornada de trabalho.
Os banqueiros também não agem de forma diferente. Tentaram, inclusive, diminuir a PLR das grávidas. Não podemos permitir que sejamos punidas pelo fato de gerar vidas. Afinal, nós mulheres, somos as responsáveis pela manutenção da espécie humana, não só geramos a vida como seguimos alimentando e cuidando dos filhos. Hoje, pelos dados do IBGE, praticamente 40% dos lares são chefiados por mulheres. Somos quase 52% da população. Mais da metade da sociedade brasileira.
Nada mais legítimo e justo que nossa luta seja ouvida e respeitada. Nós somos a força. Nós somos a resistência. Não foi nada fácil chegar até aqui e conquistar os nossos direitos. Não vamos abrir mão deles. Também não será fácil daqui para frente. Vamos enfrentar muitos obstáculos, que serão vencidos um a um com a nossa perseverança. Nossa batalha se dá dia a dia.
A igualdade ainda é uma meta, não uma realidade. No que depender de nós, um dia será diferente. Seguimos lutando e acreditando que no futuro vamos transformar o 8 de março em um dia de comemoração dos nossos direitos conquistados, quando seremos respeitadas e vistas sem preconceitos.

Adriana Nalesso – Presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio

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