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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Paulo Guedes quer ainda novas medidas trabalhistas prevendo o fim do 13º, férias, FGTS, tíquetes refeição e alimentação
Divulgada em toda a imprensa, a proposta do governo Bolsonaro para a Reforma da Previdência torna ainda mais difícil o sonho do trabalhador brasileiro se aposentar. O projeto da equipe econômica comandada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, prevê idade mínima de 65 anos para homens e mulheres, que aumentará conforme “a expectativa de vida do brasileiro”. No regime atual não há idade mínima, mas é levado em conta o tempo de contribuição (35 anos). Especialistas consideram o novo modelo proposto injusto, pois prejudica quem trabalha mais cedo, os mais pobres e as mulheres, que possuem dupla jornada.
Teto impossível
Já receber o teto, ficará quase impossível. Será preciso ter 40 anos de contribuição e idade mínima de 65 anos para ambos os sexos.
“Num país em que o desemprego é grande e a rotatividade altíssima, as empresas demitem empregados mais antigos e contratam novos para cortar custos, como é o caso do setor bancário, receber o valor integral será praticamente inviável. É uma covardia com o povo brasileiro, que precisa reagir com uma grande mobilização para pressionar o Congresso Nacional a não aprovar esta crueldade com todos os trabalhadores”, destaca o vice-presidente da Contraf-CUT, Vinícius Assumpção.
Jovens e mulheres são os mais prejudicados
Os mais prejudicados com as propostas consideradas prioritárias pelo governo Bolsonaro são as mulheres e os jovens. A Reforma da Previdência não leva em consideração a dupla jornada das trabalhadoras e propõe igualar a idade mínima com a dos homens para a aposentadoria: 65 anos. As novas gerações serão ainda mais afetadas, pois sem o período de transição, só conseguirão o valor integral da aposentadoria com 40 anos de contribuição e, no mínimo, 65 anos de idade.
Mas as políticas anti-sociais não param por aí. Um novo pacote afetará os mais jovens, que ingressarem no mercado de trabalho e quem perder o emprego e quiser reingresso no mercado também entrará nas novas alterações da legislação trabalhista e ficar sem direitos fundamentais, como 13º salário, férias, descanso semanal e FGTS. Até o fim dos tíquetes refeição e alimentação o ministro defende. “O jovem poderá escolher. Na porta da esquerda, há a Carta del Lavoro (leis trabalhistas italianas aprovadas no governo de Benito Mussolini), Justiça do Trabalho, sindicatos, mas quase não tem emprego. É o sistema atual. Na porta da direita, não tem nada disso”, afirmou o ministro Paulo Guedes a empresários.