Segunda, 28 Janeiro 2019 20:11

Vale privatizada é sinônimo de destruição

Brumadinho: segunda grande tragédia ambiental envolvendo a Vale Brumadinho: segunda grande tragédia ambiental envolvendo a Vale

A Vale do Rio Doce foi privatizada em 1997 por Fernando Henrique Cardoso. Enquanto era uma empresa pública, investia pesado em projetos sociais e ambientais. Não foi responsável por qualquer acidente significativo, ou que sequer chegasse perto das dimensões trágicas do de Brumadinho, ou do maior desastre ambiental do país, o de Mariana, três anos antes, de responsabilidade da Samarco – uma parceria da Vale privatizada, com a anglo-australiana BHP Billiton.
A Vale do Rio Doce foi destruída enquanto empresa. Quando era estatal, tinha uma estrutura logística em 14 estados do país. Produzia e exportava minério, grande parte manufaturado. Era composta por um conjunto de 27 empresas, cujas atividades iam da prospecção do subsolo, extração e processamento de minérios, transporte ferroviário, até sofisticadas atividades de química fina. Tinha e tem imensas riquezas minerais como ferro, bauxita, nióbio, alumínio, cobre, carvão, manganês, ouro, urânio e outros.
A diferença é que antes era uma empresa voltada para o desenvolvimento econômico e social do país. Gerava milhares de empregos. Hoje vende minério bruto, principalmente para a China, onde é manufaturado. E seu lucro astronômico não beneficia a sociedade, mas apenas seus sócios. Alguns dos maiores acionistas da Vale privatizada são o Bradesco (6,3%), o gigante imperialista japonês Mitsui (5,3%), o maior fundo de investimentos do mundo, o fundo americano BlackRock Inc (5%); o BNDES (7,89%) e o consórcio de fundos de pensão com 20,98%. O restante das ações (54,53%), estão em bolsas de valores, passando por mãos de muitos banqueiros e bilionários que recebem ano a ano dividendos arrancados de subsolo brasileiro com mortes e destruição.
E não há no horizonte qualquer perspectiva de evitar novas tragédias ambientais. Bolsonaro e o governador de Minas Gerais, Zema, prometeram aumentar as facilidades das mineradoras, reduzindo controles ambientais que são para eles “entraves” e “burocracias”. Querem ainda mais impunidade.

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