Terça, 18 Dezembro 2018 19:58

SANTANDER  - Funcionários denunciam aumento de plano de saúde e acúmulo de funções

Os membros da COE criticaram o alto custo do plano de saúde, o acúmulo de funções e as dificuldades criadas por rotas impostas pelo banco em relação ao deslocamento dos funcionários de suas residências para o trabalho Os membros da COE criticaram o alto custo do plano de saúde, o acúmulo de funções e as dificuldades criadas por rotas impostas pelo banco em relação ao deslocamento dos funcionários de suas residências para o trabalho


COE debate unificação nos cargos da área operacional, sistema de rotas do deslocamento para o trabalho e novos modelos nas agências

A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander se reuniu na quinta-feira (13) com representantes do banco para tratar de vários problemas e reivindicações dos funcionários. Um dos itens debatidos foi o aumento abusivo no plano de saúde. Alguns bancários relataram que já chegaram a desembolsar mais da metade do salário com o convênio. 
O problema surgiu após a alteração da operadora do plano de saúde, ocorrida em fevereiro de 2017, resultando em elevação dos valores das mensalidades, implantação de cobrança por faixa etária para os novos admitidos, aumento abusivo na coparticipação e extensão da cobrança para todos os procedimentos, inclusive de urgência em hospital.
Em quase dois anos, os gastos dos trabalhadores com o plano de saúde subiram em cerca de 40%, sem que os trabalhadores tenham acesso a justificativas para a majoração. No mesmo período, os bancários tiveram reajuste de cerca de 8% no salário.
“A elevação do custo do plano inibe o trabalhador de utilizar serviços fundamentais para tratamentos, exames e consultas. Muitos funcionários acabam tendo de recorrer ao SUS”, explica o diretor do Sindicato e membro da COE, Marcos Vicente. 
Os trabalhadores cobraram a revisão da cobrança da coparticipação através da criação de um teto mensal; a implantação de uma forma diferenciada e menos onerosa de cobrança para os trabalhadores com doenças crônicas; transparência nos reajustes por meio da apresentação detalhada dos cálculos atuariais que resultarão nos aumentos, antes de aplicá-los aos bancários e negociação com os sindicatos e o COE sempre que houver aumentos.

Fusão de cargos 

A partir de 2019, o Santander começará a implantar um processo de unificação de funções na rede de agências. A informação foi confirmada na reunião, mas os representantes do banco disseram que ainda não há muitos detalhes a respeito dessa mudança.
Os cargos envolvidos serão os de caixas, agente comercial, coordenador de agência, gerente Pessoa Física e assessor Pessoa Física. Os trabalhadores que ocupam essas funções passarão a se chamar gerentes de negócios e serviços. Os representantes do banco disseram que “não haverá terceirização de funcionários” e que haverá jornadas de oito e seis horas.
A justificativa para essa mudança é que o modelo atual de agência vai acabar. Citaram como exemplos outros setores, como farmácias e companhias aéreas, nos quais funcionários exercem várias funções e que essas alterações serão feitas para dar “dinamismo” ao atendimento.
Os sindicalistas criticaram a proposta de mais acúmulo de funções e disseram que, na verdade, “o problema é a falta de funcionários nas agências, resultando em sobrecarga de trabalho, adoecimentos e precarização do atendimento. A COE quis saber se essa mudança resultará em desvio de função. Os representantes do banco se esquivaram e disseram que “nada está definido”.

Mudança de itinerário

Outro problema debatido com representantes do Santander foi o novo sistema que determina os itinerários de deslocamento para os bancários. O banco apresentou o programa, com algumas mudanças. O trabalhador poderá rejeitar até três rotas determinadas pelo sistema. Na terceira rejeição, o setor de RH, então, deverá atuar de acordo com a necessidade do trabalhador. Enquanto a nova rota não for aprovada, o trabalhador receberá o mesmo valor no vale-transporte. Segundo os integrantes do Santander, os bancários não deverão andar “mais de 750 metros”. E as pessoas com deficiência não poderão caminhar “mais de 500 metros”.
Os representantes do banco também garantiram que os bancários não serão proibidos de utilizar dois modais distintos, como metrô e ônibus, por exemplo.
Em caso de problemas, os trabalhadores deverão procurar um representante sindical.
“O que não pode é o banco colocar em risco os funcionários, obrigando-a a buscar rotas em áreas de risco só para o banco economizar dinheiro e aumentar os lucros”, disse Vicente. 

Work Café

O Santander criou agências diferenciadas de negócios, chamada Work Café. O banco afirmou que não houve alteração de jornada dos trabalhadores. No horário normal de expediente, os bancários farão o atendimento. No horário extrajornada, após as 18h, durante a semana, e nos finais de semana haverá nesses locais um prestador de serviço para dar informações que serão encaminhadas aos bancários. Eles não terão acesso ao sistema.
Nova reunião foi agendada para o dia 29 de janeiro. 

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