Segunda, 17 Dezembro 2018 16:55

Curso do Sindicato garante direito a pais bancários

A enfermeira Fátima Nascimento, Kátia Branco e a presidente do Sindicato, Adriana Nalesso, na abertura do curso em maio de 2018 A enfermeira Fátima Nascimento, Kátia Branco e a presidente do Sindicato, Adriana Nalesso, na abertura do curso em maio de 2018

De março de 2017 a novembro de 2018 a Secretaria de Políticas Sociais do Sindicato diplomou 178 pais bancários no Curso de Paternidade Responsável. A qualificação é exigida para garantir o direito à licença paternidade ampliada de cinco para 20 dias, uma conquista da categoria bancária e demais trabalhadores que permite ao pai compartilhar com a mãe os cuidados com o bebê em seus primeiros dias.
Passou a valer a partir de 2017 para os trabalhadores das empresas que aderissem ao Programa Empresa Cidadã, criado pelo governo Dilma por reivindicação do movimento sindical. Por pressão dos bancários, principalmente nas greves das campanhas salariais, o direito foi incluído na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) a partir de 2016, através da cláusula 26, à qual os bancos foram aos poucos aderindo.
O programa garante à empresa benefício fiscal correspondente à remuneração do período da licença. O mesmo critério vale para a conquista obtida pela categoria em 2010 com a ampliação da licença-maternidade de quatro para até seis meses.
Conteúdo dos cursos
A Secretaria de Políticas Sociais do Sindicato é a responsável pela elaboração, divulgação e coordenação do Curso de Paternidade Responsável. De março de 2017 a novembro de 2018 foram oito edições, sendo ministradas aulas práticas e teóricas, ao final das quais foram entregues os certificados de participação, exigidos por lei.
Dentre os que ministraram aulas em 2017 e 2018 estão sociólogos, filósofos, historiadores, advogados e enfermeiros, que através de um trabalho coletivo, convidam os participantes à reflexão sobre a validade de valores, regras e limites envolvidos na criação de uma pessoa na atualidade, sobre a responsabilidade paterna em relação à companheira, e suas consequências diante da realidade que nos cerca e do mundo que projetamos para as novas gerações.
O curso aborda também questões relativas a direitos e deveres da paternidade, estatuto da primeira infância, além dos cuidados práticos com o recém-nascido, como banho, troca de fraldas, amamentação, como carregar, colocar para dormir e estimular o bebê em sua percepção com o mundo a sua volta.
Aulas continuam
Nos próximos dois anos o curso continuará a ser realizado, conforme prevê a cláusula 26 da Convenção Coletiva de trabalho. Em breve será divulgado através do jornal Bancário o calendário para o ano de 2019.
“A ampliação da licença paternidade foi conquistada pelos bancários em 2016 e permanece na Convenção Coletiva atual da categoria. Para a Secretaria de Políticas Sociais do Sindicato, serão mais dois anos de intensa atividade, pois o Curso de Paternidade Responsável é um momento muito especial, uma vez que o desafio é atender as expectativas dos futuros papais que buscam se preparar de forma mais adequada para receber seus bebês”, afirmou a diretora de Políticas Sociais Kátia Branco.
Para Renato Lima, historiador que ministrou aulas no curso, o projeto é mais um canal para aumentar o contato com os bancários. “O interesse dos participantes, demonstrado nos debates e no empenho nas atividades, mostram que nosso curso, sempre se adaptando às questões apresentadas e respeitando as diferenças pessoais, está, hoje, plenamente consolidado como mais um instrumento de diálogo com a categoria na construção de um futuro de lutas e esperanças”, avaliou.

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