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Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
O presidente da CUT Sérgio Nobre apresenta o projeto de atualização sindical à advogada da União, Mônica Casartelli.
Foto: Divulgação/CUT Nacional
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Com informações de matéria da CUT Nacional
A representação sindical ante as transformações do mundo do trabalho, especialmente com as novas tecnologias como a Inteligência Artificial enfrenta desafios para sua reorganização e fortalecimento.
Na última segunda-feira (15/12), O presidente nacional da CUT (Central única dos Trabalhadores), Sérgio Nobre, apresentou o projeto de atualização do modelo sindical e fortalecimento da negociação coletiva, na sede da Central, à advogada da União Mônica Casartelli. A proposta está sendo levada a diferentes instâncias, com destaque para o Congresso Nacional.
Concretização de direitos
Mônica Casartelli destacou que “a organização sindical é fundamental para concretização de direitos fundamentais trabalhistas e a autodeterminação coletiva é elemento importantíssimo de concretização desses direitos.
“O modelo de organização sindical brasileiro precisa efetivamente de uma atualização e a criação de órgãos colegiados capazes de dar uma maior eficiência a essa não só para o êxito das negociações coletivas em matéria trabalhista, mas também para efetividade do movimento sindical brasileiro”, explicou a advogada.
“É necessário ter instâncias decisórias nas esferas administrativas e, se possível, legitimadas por órgãos colegiados que previnam a necessidade de a demanda chegar no Judiciário”, acrescentou.
Mudança precisa ser rápida
Para Sérgio Nobre, a resposta a isso é justamente a atualização do movimento sindical e o fortalecimento da negociação coletiva. “Nós estamos propondo criar um espaço de autorregulação, pois, se o nosso modelo sindical se desatualizou, é porque não há um espaço permanente de atualização do modelo, que compare com o que outros países estão fazendo, no qual a gente possa introduzir mudança de maneira rápido”.
“Estamos nos empenhando em criar um espaço de autorregulação dos problemas que o modelo sindical gera, de autorregular e também para estimular boas práticas sindicais, porque no movimento sindical brasileiro, não deve nada aos grandes sindicatos do mundo”, acrescentou Sérgio.
Importância da negociação coletiva
Sérgio Nobre destacou que a negociação coletiva “é a forma mais moderna, mais eficaz de regular as mudanças que são cada vez mais velozes no mundo do trabalho”. Segundo o presidente nacional da CUT, “a negociação coletiva é pouquíssima praticada no Brasil, está concentrada em uma ou outra categoria, e há um potencial enorme de estimular a negociação coletiva, criar novos âmbitos de negociação coletiva, e nós estamos nos desafiando a criar um espaço que prepare as pessoas; atores para a negociação coletiva e a sua promoção, porque a negociação coletiva é algo bastante novo”.
Caminhos para a reorganização
O projeto de atualização do modelo sindical e fortalecimento da negociação coletiva foi elaborado pela CUT e Fórum das Centrais Sindicais junto ao governo Lula, em 2023, para debater as questões do mundo do trabalho. O objetivo do projeto é apresentar caminhos para a reorganização do movimento sindical e fortalecimento do instrumento da negociação coletiva, à luz das mudanças no mundo do trabalho e também como resposta aos ataques ininterruptos sofridos pelo movimento sindical desde o golpe de 2016, intensificados pela reforma trabalhista de 2017 e pelo governo Bolsonaro.
A CUT e demais centrais sindicais têm levado o projeto ao conhecimento dos parlamentares da Câmara dos Deputados, do Senado, de instâncias do Judiciário, empresários, lideranças da sociedade.