Sexta, 05 Dezembro 2025 16:25

Mulheres protestam domingo em todo o país contra o feminicídio. No Rio o ato será em Copacabana

Até o momento, já foram confirmadas manifestações em ao menos 15 cidades. Foto: Agência Brasil. Até o momento, já foram confirmadas manifestações em ao menos 15 cidades. Foto: Agência Brasil.

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Imprensa SeebRio

Os movimentos de mulheres estão convocando para o próximo domingo protestos nas principais cidades do país com o lema ‘Mulheres Vivas’. Serão manifestações contra feminicídios, cujo número de casos tem aumentando, tanto as tentativas, quanto os que são consumados. No Rio de Janeiro, o protesto será no Posto 5, em Copacabana, às 14 horas. Até o momento, já foram confirmadas manifestações em ao menos 15 cidades. Segundo o site do ICL (Instituto Conhecimento Liberta e do Brasil de Fato) em Porto Alegre e Belém, o ato acontecerá no sábado (6).

“O Brasil atravessa uma escalada brutal de agressões, ameaças e assassinatos de mulheres. A impunidade avança, o ódio se normaliza e grupos misóginos tentam rebaixar, desumanizar e atacar direitos conquistados com décadas de luta”, dizem os organizadores do movimento, pertencentes ao movimento Mulheres Vivas (Leia o manifesto ao final desta matéria).

No dia 28 de novembro, uma das principais instituições públicas de ensino do Rio de Janeiro, o Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet-RJ) foi palco de um duplo feminicídio, episódio que escancara como a violência de gênero e a recusa da sociedade brasileira em aceitar mulheres em posições de liderança permanecem vivas e letais. A diretora da equipe pedagógica Allane de Souza Pedrotti Matos, de 41 anos, e a psicóloga da instituição, Layse Costa Pinheiro, de 40 anos, foram assassinadas por tiros dentro do setor de pedagogia.

O atirador é o servidor João Antônio Miranda Tello Ramos, que após o assassinato das vítimas cometeu suicídio. O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) da Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ).

Na última semana, Tainara Souza Santos, de 30 anos, foi arrastada por um carro na Marginal Tietê, na zona norte de São Paulo. Ela teve as duas pernas amputadas e está internada em estado grave. O agressor é Douglas Alves da Silva, de 26 anos, com quem Tainara manteve um relacionamento. Ele está preso e é alvo de um inquérito policial.

A cidade de São Paulo registrou recorde no número de feminicídios em 2025: foram 53 casos entre janeiro e outubro. Mesmo sem as ocorrências de novembro e dezembro, o número é o maior desde 2015, quando a série histórica foi iniciada.

No estado como um todo, foram 207 casos de feminicídio no mesmo período. Além das 53 ocorrências na capital, houve 101 registros no interior e 40 na região metropolitana. O total representa um aumento de 8% em relação ao ano passado, quando o estado somou 191 feminicídios entre janeiro e outubro.

Leia o manifesto do movimento ‘Mulheres Vivas’

“Não poderíamos nos omitir diante da grave constatação da epidemia sistemática do aumento da violência contra as mulheres.

TODO(a)s às ruas contra a epidemia de feminicídio, alimentada e amplificada por discursos machistas e misóginos que se espalham pela internet como veneno. O que vemos hoje não são casos isolados: é um movimento organizado, ruidoso e perigoso, que tenta empurrar as mulheres de volta ao silêncio, à submissão e à violência.

O Brasil atravessa uma escalada brutal de agressões, ameaças e assassinatos de mulheres. A impunidade avança, o ódio se normaliza e grupos misóginos tentam rebaixar, desumanizar e atacar direitos conquistados com décadas de luta.

Mas nós não aceitamos.
Não vamos recuar.
Não vamos nos calar.
Cada violência é uma chamada à ação.
Cada ataque é um alerta.
Cada tentativa de silenciamento é um empurrão para que sejamos ainda mais numerosas, mais fortes e mais presentes.
E é por isso que o dia 7/12 é decisivo.
Este é o dia em que mostramos que mulheres vivas, organizadas e unidas movem este país — e não serão derrotadas por nenhuma onda de ódio, covardia ou violência.
Vem ocupar a rua, somar força, exigir respeito e defender a vida das mulheres.
Vem dizer basta ao machismo, ao feminicídio e a todos os que tentam nos silenciar.
Nossa voz é mais poderosa do que o ódio deles.
Nossa presença transforma.
Nossa luta salva vidas.
É na rua que nos defendemos.
É na rua que avançamos.
É na rua que mostramos que não há retrocesso possível”.

Veja onde serão os atos neste domingo (7):

Brasília (DF): 10h, Feira da Torre de TV

São Paulo (SP): 14h, vão do Masp

Rio de Janeiro (RJ): 12h, Posto 5 – Copacabana

Curitiba (PR): 10h, Praça João Cândido – Largo da Ordem

Cuiabá (MT): 14h, Praça Santos Dumond

Campo Grande (MS): 13h, em frente ao Aquário do Pantanal

Manaus (AM): 17h, Largo São Sebastião

Parnaíba (PI): 16h, em frente ao Parnaíba Shopping

Belo Horizonte (MG): 11h, Praça Raul Soares

Porto Alegre (RS): 17h, Praça da Matriz

São José dos Campos (SP): 15h, Largo São Benedito

Salvador (BA): 10h, Barra (do Cristo ao Farol)

São Luís (MA): 9h, Praça da Igreja do Carmos (Feirinha)

Belém (PA): 8h, Boulevard Gastronomia

Teresina (PI): 17h, Praça Pedro II

Mais informações no Instagram do Levante Mulheres Vivas

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