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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Parlamentares apoiam luta do funcionalismo do Banco do Brasil por uma gestão que valorize e respeite os bancários e combata o adoecimento dos trabalhadores
Deputados federais marcarão audiência com a presidenta do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, e cobrarão o fim da política de gestão que copia o setor privado, impondo o medo e adoecendo os funcionários. A decisão foi tomada ao final da audiência pública na Comissão de Trabalho da Câmara, nesta segunda-feira (1º/12), convocada pelos deputados Érika Kokay (PT-SF) e Reimont (PT-RJ), a pedido das entidades do movimento sindical bancário, entre elas a Comissão dos Funcionários do BB (CEBB), Contraf-CUT, federações e sindicatos, como os de Brasília e Rio de Janeiro.
Sem representantes do BB
A grande ausência na audiência pública foi a do banco. A deputada Érika Kokay lamentou e disse que este comportamento mostra a falta de interesse da atual gestão de encontrar soluções para os problemas que afetam os funcionários. Reimont acrescentou que o funcionalismo do BB tem que ter a saúde preservada. “Temos uma relação com os diretores do Sindicato do Rio de Janeiro, que são funcionários do Banco do Brasil, mantendo um diálogo sobre os problemas que têm afetado o funcionalismo do banco”, disse. “As metas e outras exigências exageradas não têm cabimento. A saúde mental mata. O banco não pode ser o algoz”, afirmou.
Mobilização dos Funcionários
O diretor do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro e da CEBB, Alexandre Batista, avaliou os resultados da audiência. “Estamos otimistas com o encaminhamento e apoio obtidos junto aos parlamentares. Após nossas peregrinações no Congresso no início de novembro, obtivemos apoio significativo do deputado Reimont e da deputada Erika Kokay, que presidiu a audiência pública”, comemorou ao final da reunião.
Pessoas não são prioridade
O presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, Eduardo de Souza, criticou a atual gestão. “O maior patrimônio do BB, que deviam ser seus trabalhadores, está sendo tratado de maneira inadequada, para dizer o mínimo, durante muitos anos. E de 2023 para cá, infelizmente, não houve nenhuma mudança estrutural. Acabaram com a Gestão de Pessoas e criaram a Gestão de Cultura, o que mostra que as pessoas não são a prioridade. As condições de trabalho são de conflito interno. A gente quer ter um ambiente saudável e acaba tendo um ódio pela forma como estamos sendo tratados, desde a remuneração até a transição de um modelo de terceirização desmensurada, especialmente no setor de TI, mas também na ponta, com os correspondentes bancários”, avaliou.
Rodrigo Brito, presidente da Federação dos Bancários Centro-Norte (Fetec-CN) enfatizou a necessidade de reverter a política de gestão do BB. “E isso tem que ser feito com urgência, pois, além do adoecimento mental, há casos de tentativas de suicídio. É muito grave”, afirmou na audiência. Frisou que esta política de gestão foi implantada pelo governo Temer, a partir do golpe que derrubou a presidenta Dilma Roussef, e aprofundada no governo Bolsonaro.