Sexta, 21 Novembro 2025 18:10
BASTA!

Começou campanha de 21 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher

 

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

Com informações da Contraf-CUT

A Confederação Nacional das Trabalhadoras e dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e sindicatos da categoria bancária participam da campanha “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher”.

A mobilização começou no feriado de quinta-feira (20), Dia Nacional da Consciência Negra, e segue até 10 de dezembro de 2025.

Números da violência

Cerca de 840 milhões de mulheres — uma em cada três — já sofreram alguma forma de violência doméstica ou sexual ao longo da vida. Nos últimos 12 meses, 316 milhões foram vítimas de violência física ou sexual praticada pelo próprio parceiro.

Situação no Brasil

No Brasil, dados recentes do Atlas da Violência, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), revelam que, somente em 2023, o sistema de saúde registrou 3.903 mulheres vítimas de homicídio.

Houve uma estagnação na taxa de homicídios femininos entre 2022 e 2023, enquanto a taxa geral de homicídios recuou 2,3% no período. Em 11 anos — de 2013 a 2023 — ocorreram 47 mil homicídios de mulheres, o equivalente a 13 mortes por dia.

As mulheres negras seguem sendo as maiores vítimas da violência de gênero. Em 2023, foram registradas 2.662 mulheres negras assassinadas, o que corresponde a 68,2% de todos os homicídios femininos. “Mesmo com avanços em leis de proteção contra a violência e o feminicídio, os números no Brasil ainda são alarmantes. Por isso, estes 21 dias de mobilização são fundamentais para chamar a atenção da sociedade para esta anomalia social. As mulheres negras são as maiores vítimas porque sofrem dupla discriminação: de gênero e de raça”, afirmou a vice-presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Kátia Branco.

A dirigente destacou que a discriminação também está presente no mercado de trabalho, tanto na diferença salarial em funções equivalentes quanto na desigualdade de oportunidades de ascensão profissional.

A violência moral e psicológica nas redes sociais também preocupa. 

“Uma nova forma de violência, que se tornou um grande desafio, é a que ocorre nos meios digitais. Ainda é uma terra sem lei”, criticou a dirigente sindical. 

Categoria na vanguarda

Graças à mobilização organizada pelo movimento sindical, a categoria bancária é pioneira na criação de mecanismos de proteção às mulheres contra a violência e o assédio moral e sexual. Um deles é o serviço “Basta! Não Irão Nos Calar!”. No Rio de Janeiro, denúncias podem ser feitas pelo WhatsApp (21) 99975-5611. 

“Esta é uma conquista importante da nossa categoria. As denúncias devem ser feitas, pois o canal é sigiloso e seguro. E o silêncio é a maior arma dos assediadores”, concluiu Kátia.

Mídia