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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
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Imprensa SeebRio
A Polícia Federal investiga a participação de políticos da extrema-direita e do chamado Centrão, em operações do Banco Master, que sofreu liquidação do Banco Central, nesta segunda-feira (17/11). As apurações levaram à prisão do banqueiro Daniel Vorcaro, dono do Master, e devem revelar uma rede de influências políticas que sustentou parte das operações irregulares da instituição. A Polícia Federal prendeu o empresário na noite de segunda-feira (17), no aeroporto de Guarulhos, quando ele embarcava em um avião particular rumo a Malta.
Investigadores afirmam que ele tentava deixar o país no momento em que o caso avançava para uma nova fase. Segundo fontes ligadas à investigação, diversas operações do Banco Master teriam sido aprovadas após pressão direta de políticos com trânsito em instituições financeiras e fundos de pensão.
Um dos personagens que pode ser investigado é o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro. Mesmo após ser alertado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) para que retirasse do Banco Master as aplicações do RioPrevidência, o governo estadual, que administra o fundo responsável pelo pagamento a servidores aposentados e pensionistas, manteve os investimentos na instituição financeira.
O TCE afirmou que havia evidências do banco estar passando por uma crise e isso colocaria em risco os recursos investidos. Segundo a Corte de Contas, 25% do patrimônio do RioPrevidência foi aportado em fundos administrados pelo Master. O órgão do governo do Rio é o terceiro maior fundo de pensão do país, e gere um universo de 430 mil servidores, entre civis e militares.
O TCE chegou a recomendar que o governador Cláudio Castro fizesse uma intervenção no órgão diante da gestão temerária de recursos. Os aportes teriam sido feitos mesmo após alertas da Corte e em meio à crise envolvendo a instituição financeira.
'Ciência desta decisão ao exmo sr. governador do estado do Rio de Janeiro, para que, diante da gravidade da situação apurada e da omissão do diretor-presidente do Rioprevidência em adotar providência de maneira célere e efetiva, avalie atuar junto à autarquia previdênciária, zelando pelo saneamento das irregularidades e prevenção de novas falhas na alocação de recursos'.
Os envolvidos – Entre os nomes sob análise da PF estão governadores e parlamentares que, de alguma forma, tinham poder sobre conselhos ou diretorias desses órgãos. Essas intervenções, segundo a PF, permitiram que operações sem lastro fossem fechadas para maquiar a saúde financeira do banco.
O caso chegou à Polícia Federal depois que técnicos do Banco Central identificaram transações classificadas como fraudulentas. O BC constatou práticas conhecidas no setor como operações fantasma, usadas para alterar artificialmente o balanço de instituições financeiras.