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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Escada rolante da estação Uruguaiana, na saída da Presidente Vargas: equipamento raramente funciona
Foto: Divulgação
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Já virou rotina. Usuários do MetrôRio que utilizam a saída para a Avenida Presidente Vargas, na estação Uruguaiana, no Centro, dificilmente conseguem usar as escadas rolantes — constantemente quebradas. Idosos e Pessoas com Deficiência (PcDs) são os mais prejudicados. Após ficar cerca de oito meses sem funcionar, o equipamento voltou a apresentar problemas pouco tempo depois do conserto, deixando evidente que não bastam reparos paliativos: é necessária a substituição completa da estrutura. Enquanto isso, a população paga uma tarifa elevada e assiste a uma piora contínua na qualidade dos serviços.
Sem resposta
A equipe de Imprensa do Sindicato tentou contato com o atendimento ao cliente da concessionária, pelo número 0800 595 1111. No entanto, a ligação não completava ou apresentava a mensagem de que “o atendimento não poderia ser realizado” e que o cliente deveria “ligar outra hora”.
Privilégios em bairros nobres
Uma usuária, que preferiu não se identificar, criticou a situação e afirma que a MetrôRio oferece tratamento privilegiado às estações localizadas em áreas nobres da cidade. “A escada rolante está sempre quebrada. É claro que o tratamento dado pela concessionária às estações da Zona Sul, como Ipanema e Leblon, é privilegiado em comparação às regiões mais pobres e ao Centro do Rio. Na única vez em que vi a escada rolante da estação General Osório quebrada — num dia em que fui pegar um exame — na volta ela já estava funcionando. Na Uruguaiana, demoraram meses para consertar, e agora, menos de um mês depois, já está quebrada de novo”, relatou.
O fracasso das privatizações
A notória piora dos serviços prestados pela MetrôRio reacende o debate sobre a privatização de serviços públicos essenciais. Muitos usuários lembram o caso da SuperVia: após uma melhora inicial no transporte ferroviário, a empresa japonesa responsável pela concessão promoveu uma nova queda na qualidade. Depois de anos lucrando, abandonou o sistema, e o Estado teve de reassumir o controle.
“Os problemas na SuperVia e no Metrô mostram que a privatização não é solução para serviços essenciais, como o transporte coletivo. O objetivo das concessionárias é o lucro, não o bem-estar da população”, critica a vice-presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Kátia Branco.
“Na Europa, mais de 800 empresas privatizadas nos anos 80 e 90 foram reestatizadas porque elevaram os custos para os usuários sem garantir qualidade. No Brasil, é preciso fazer o mesmo”, concluiu a dirigente sindical.