Quinta, 02 Outubro 2025 09:45

Contraf-CUT reforça participação na UNI Global e cobra ratificação da Convenção 190 da OIT para garantir trabalho sem assédio

Ícone ilustrativo de data da postagem01 Out, 2025

Em audiência pública na Câmara, entidade aponta avanços na categoria bancária e destaca que ratificação da convenção é fundamental para assegurar ambientes de trabalho seguros, livres de assédio e violência

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Em sintonia com a 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, representantes da Contraf-CUT participaram nesta terça-feira (30) da audiência pública na Câmara dos Deputados que cobrou a ratificação da Convenção 190 da OIT pelo Brasil. A audiência foi promovida pelas Comissões de Defesa dos Direitos da Mulher e de Trabalho, a pedido da deputada Juliana Cardoso (PT-SP) e do deputado Alexandre Lindenmeyer (PT-RS) e teve a participação de sindicalistas da CUT, outras entidades e parlamentares.

A Convenção 190 reconhece formalmente a violência e o assédio — seja sexual, moral ou outros tipos — como problemas graves que afetam trabalhadores de todos os setores. Ela estabelece obrigações de prevenção, punição e erradicação dessas práticas no ambiente de trabalho.

A Contraf-CUT, que integra a UNI Global Union, pauta essa questão há muitos anos, reforçando o compromisso com condições de trabalho decentes, seguras e igualitárias. A entidade vê a ratificação como um passo essencial para consolidar direitos que já têm sido demandados pela categoria bancária e demais setores.

Para Fernanda Lopes, secretária da Mulher da Contraf-CUT, “na categoria bancária conseguimos diversos avanços que constam na Convenção 190, como canais de denúncia de assédio sexual. Esses mecanismos demonstram que estamos avançando, mas a ratificação da Convenção é fundamental para garantir ambiente de trabalho seguro, livre de assédio e de violência, com respaldo legal e fiscalização efetiva.”

Mais de 40 países já ratificaram a convenção. No Brasil, apesar de o governo ter manifestado em 2023 sua intenção de ratificar o tratado, o processo ainda depende do Congresso Nacional. A expectativa é que possa ser aprovada ainda durante o governo Lula.

Embora ainda não vigente como lei no país, a Convenção 190 já vem sendo usada como referência em decisões da Justiça do Trabalho: segundo levantamento da FGV, o número de citações saltou de 14 em 2019 para cerca de 276 em 2023, e segue crescendo.

Com a ratificação, será possível exigir legislação interna mais alinhada ao tratado, ampliar fiscalização, tornar obrigatória a existência e efetividade de canais de denúncia acessíveis, medidas de prevenção, proteção às vítimas e responsabilização dos responsáveis. Será, também, um marco importante para que mulheres, pessoas negras, migrantes e outros grupos vulneráveis possam exercer seus direitos sem medo ou discriminação.

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