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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
As manifestações do último domingo (21), que tomaram as ruas de várias regiões do país, não se limitaram ao repúdio à chamada PEC da Blindagem — proposta que pretendia proteger parlamentares acusados de crimes e corrupção, ao exigir “autorização prévia” do Congresso para processar deputados e senadores. Os atos também protestaram contra a tentativa de aprovação da anistia para os envolvidos na tentativa de golpe de Estado de janeiro de 2023 e cobraram do Parlamento a votação de projetos de interesse da classe trabalhadora.
Entre as principais reivindicações dos manifestantes estava a proposta do governo Lula que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais e reduz alíquotas para salários de até R$ 7.350. O projeto estava travado no Congresso Nacional enquanto o Centrão e a extrema-direita priorizavam a PEC da Blindagem e a proposta da Anistia.
A pressão popular das ruas surtiu efeito. Nesta quarta-feira 924), a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou o projeto do governo que isenta do IR milhões de trabalhadores e reduz as alíquotas para outra parcela significativa da população. A medida deve beneficar mais de 20 milhões de pessoas.
A proposta seguirá agora para a Câmara dos Deputados, a menos que haja recurso para que seja analisada no plenário do Senado. O texto é semelhante ao encaminhado pelo presidente Lula.
O texto aprovado prevê também mudanças na tributação de altas rendas. Passarão a ser taxados os ganhos acima de R$ 600 mil por ano, com alíquotas que variam de 0% a 10%. O teto do imposto incidirá sobre rendas superiores a R$ 1,2 milhão anuais, com retenção de 10% na fonte sobre valores que ultrapassem R$ 50 mil por mês. Além disso, dividendos remetidos ao exterior terão alíquota de 10%.
O movimento sindical promete continuar com a pressão nas vias públicas e nas redes sociais pela pauta dos trabalhadores, em defesa da democracia e da transparência no Congresso Nacional. "Essa mudança no parlamento brasileiro é o resultado daquilo que sempre defendemos: que é preciso estar mobilizado e pressionar os parlamentares na defesa das pautas que interessam ao trabalhadores. Essa vitória é nossa", disse o presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro José Ferreira, que esteve na manifestação do último domingo (21), em Copacabana.