Empregados e empregadas da Caixa Econômica Federal realizaram, no último sábado (9/8), o seu Encontro Regional RJ 2025. Ao longo do dia, os participantes debateram e aprovaram propostas e elegeram a delegação que representará o Rio de Janeiro no 40º Conecef (Congresso Nacional dos Empregados da Caixa), que acontece nos dias 21 e 22 de agosto. A abertura, no dia 21, será conjunta com o congresso nacional dos funcionários do Banco do Brasil.

Desafios do Saúde Caixa

Um dos principais temas debatidos no encontro foi a organização de luta em defesa do reajuste zero do Saúde Caixa, o fim do teto de 6.5% nas despesas de responsabilidade da empresa e a sustentabilidade e melhorias do plano.
Além disso, foram debatidas ainda, questões relacionadas à Funcef; o adoecimento dos bancários; impactos das novas tecnologias - especialmente da Inteligência Artificial (IA) - no trabalho da categoria; a defesa da Caixa 100% pública; a necessidade de novas contratações, entre outros assuntos de interesse dos trabalhadores da empresa. 
“Este encontro é preparatório para a Conecef. Temos o calendário das negociações permanentes, que não trata dos itens que já estão definidos no acordo de dois anos, mas há questões importantíssimas que debatemos neste encontro regional e que estão além do nosso acordo coletivo. Elegemos ainda os delegados para a Conecef”, afirmou Ferreira.
 
Funcef

Jair Pedro Ferreira, diretor de Benefícios da Funcef, abordou os desafios do fundo de pensão dos trabalhadores da Caixa e a importância de garantir sustentabilidade à instituição, assegurando uma aposentadoria digna para os participantes. “Temos um desafio grande, pois o trabalhador costuma tratar a aposentadoria como um assunto distante, mas esse dia vai chegar. É fundamental que a categoria se preocupe com isso desde cedo”, alertou. Segundo ele, muitos só começam a pensar no tema quando já estão próximos da aposentadoria.
Jair apresentou dados da Funcef em 2024 e respondeu a críticas vindas do mercado, lembrando que o objetivo do fundo não é gerar lucros, mas garantir recursos suficientes para o pagamento dos benefícios. “Fundo de pensão não busca lucro, nem pode dar prejuízo. Ele precisa de resultados sustentáveis para cumprir seu papel”, explicou.

IA e mudanças no trabalho

A conselheira eleita do Conselho de Administração da Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt (Fabi), falou sobre sua atuação no CA e ressaltou a necessidade de mobilização dos bancários diante das mudanças tecnológicas e seus impactos sobre a categoria. A presidenta da Federa-RJ (Federação das Trabalhadoras e Trabalhadores no Ramo Financeiro do Estado do Rio de Janeiro), Adriana Nalesso também falou sobre o impacto das novas tecnologias no emprego da categoria.

Reflexão sobre ética

Na parte da manhã, a professora e filósofa Terezinha Rios, mestre em Educação pela PUC-SP, destacou a importância da ética nas relações sociais e como ela é fundamental para a transformação do país. “Moral é o conjunto de regras que orienta a sociedade. Ela ensina o que devemos ou não fazer. A ética, por sua vez, nos questiona: por que fazemos o que fazemos? A moral pode ser boa, mas apenas se for para o bem comum. Se uma ação beneficia a mim, mas prejudica o outro, não pode ser considerada ética”, disse Terezinha.

Homenagem a Arlindo Cruz

O encontro começou com um momento de emoção: o presidente do Sindicato dos Bancários do Rio, José Ferreira, pediu uma salva de palmas em homenagem ao sambista Arlindo Cruz, falecido na última sexta-feira (8). O artista foi bancário da Caixa e chegou a se apresentar num show do Dia do Bancário, na Galeria dos Empregados do Comércio, no Centro do Rio. 

Principais propostas aprovadas

• Relatório de administração mais transparente e com linguagem que facilite a compreensão de todos os beneficiários do Saúde Caixa.
• Que os trabalhadores recebam a remuneração por qualquer dia de substituição de cargo comissionado, já que assumem os riscos do exercício da função.
• Que a 13ª mensalidade do Saúde Caixa, enquanto houver, seja dividida entre as duas parcelas do 13º salário.
• Fim do programa “Super Caixa”
• Em caso de indisponibilidade do sistema remoto deverá ser garantido um período mínimo de uma semana para que o (a) empregado (a) adapte sua rotina; pagamento imediato de VT para os (as) empregados (as) se deslocarem; abono do ponto que sejam satisfeitas todas as condições para um trabalho digno e ergonomicamente correto.
• Aumento da transparência e adoção de critérios claros para aproveitamento dos empregados inscritos no experiencia.caixa.