Terça, 22 Julho 2025 17:48

Deputados entram com denúncia contra o Santander no Ministério da Justiça

Olyntho Contente

Imprensa SeebRio

A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) e o deputado distrital Chico Vigilante (PT-DF) entraram com denúncia contra o Santander na Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça (Senacom). Agora, o órgão do governo federal vai dar início a uma série de medidas, começando por convocar o banco espanhol a explicar o fechamento de agências, mesmo tendo lucros bilionários, levando a demissões e consequentemente à precarização do atendimento aos clientes.

Outra denúncia levada pelos parlamentares ao secretário Nacional de Defesa do Consumidor, Wadih Damous, é a criação de empresas terceirizadas do próprio grupo Santander, que fazem serviços bancários, mas que empregam trabalhadores como não-bancários, para não terem os mesmos direitos que a categoria bancária, caracterizando o que seria uma terceirização fraudulenta. Outro item da denúncia é o risco que correm os dados dos clientes, já que o banco estaria mandando os trabalhadores das terceirizadas levarem laptops para a rua para vender produtos aos clientes.

“O banco Santander está pensando que o Brasil é uma colônia. Que tem que explorar ao máximo os trabalhadores. E nós viemos aqui (na Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor) trazer esta denúncia. O secretário Wadih Damous nos garantiu que vai tomar providências. Eu, a deputada Erika Kokay, o Rodrigo Britto e a Eliza Espíndola, da Fetec-DF, vamos protocolar denúncia com todos os detalhes da exploração que está sendo implementada pelo Santander”, afirmou o deputado Chico Vigilante.

Elisa Espíndola acrescentou que a denúncia é um desdobramento das audiências públicas sobre o Santander. “Estamos seguindo os desdobramentos das audiências públicas, pensando nos clientes do Santander, na proteção de dados, no atendimento, na manutenção de agências, para que estes clientes sejam atendidos da melhor forma possível, porque o banco cobra caro pelo serviço, cobrança esta que cobre duas folhas salariais. Então, não tem por que essa quantidade de fechamento de agências, esta precarização toda para o cliente”, afirmou Elisa.

A deputada Erika Kokay classificou todas estas irregularidades como absurdas. “É um desrespeito com os bancários e também com os clientes. Porque o Santander tem autorização para funcionar no Brasil, onde o banco tem o segundo melhor resultado do mundo, só perdendo para a Espanha. E mesmo assim criou uma série de empresas para fazer o trabalho de bancário, mas sem que estas pessoas tenham os direitos da Convenção Nacional dos Bancários. Com isto o Santander acabou com um número grande de agências, o que dificulta o atendimento aos clientes, e hoje os trabalhadores destas empresas, saem da agência como se fossem ambulantes com os dados dos clientes, com risco sobre estas informações confidenciais”, disse.

Lembrou das audiências sobre estes assuntos que aconteceram tanto na Câmara Distrital e na Câmara Federal. Do Rio de Janeiro participaram o diretor do Sindicato, Marcos Vicente e a presidenta da Federa-RJ, Adriana Nalesso.

“Um dos encaminhamentos destas audiências foi pedir providências à Secretaria Nacional do Consumidor, e apresentar formalmente esta denúncia que vai gerar a abertura de um processo administrativo, da secretaria, tanto para a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), quanto para o Banco Central e para a Agência Nacional de Proteção de Dados, para que possamos dizer ao Santander: respeite os trabalhadores e trabalhadoras, respeite o Brasil, respeite os clientes”, afirmou Erika Kokay.

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