Segunda, 16 Junho 2025 20:22
A LUTA ESTÁ SÓ COMEÇANDO

Itaú, mais uma vez, foge de audiência pública sobre plano de saúde dos aposentados

Mobilização lota auditório da Alerj, no Rio, e participantes aprovam ingresso de ação civil pública através de Procuradoria do parlamento fluminense
Aposentados do Itaú e dirigentes sindicais lotaram o auditório do 21º andar da Alerj, na audiência pública sobre o plano de saúde Aposentados do Itaú e dirigentes sindicais lotaram o auditório do 21º andar da Alerj, na audiência pública sobre o plano de saúde Foto: Nando Neves

 

Carlos Vasconcellos 

Imprensa SeebRio 

O Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro organizou um ato em frente à Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), na segunda-feira (15), em protesto contra os valores absurdos no plano de saúde dos aposentados cobrados pela Fundação Itaú. A atividade dos aposentados, antecedeu a uma audiência pública no parlamento promovido pelo gabinete da deputada estadual, Lilian Behring (PCdoB).
Os participantes, lotaram o auditório do 21º andar – cerca de 250 pessoas acompanharam a audiência presencialmente e outras tantas tiveram que ficar do lado de fora em função da limitação do espaço. Houve caminhada no quarteirão em torno da Alerj para chamar a atenção da população para o protesto.

Participantes vaiam o Itaú

Na audiência pública foi aprovado o ingresso de uma ação civil pública em defesa dos direitos dos aposentados do banco, através da Procuradoria do parlamento fluminense, compromisso assumido pela deputada estadual Dani Balbi, também do PCdoB, da Comissão do Trabalho da Alerj. Os aposentados chegam a pagar mais da metade de seus salários para o plano e muitos já não conseguem mais manter a assistência médica e hospitalar da Fundação Itaú, em função dos valores absurdos.
Ao ser anunciado que o Itaú não havia enviado nenhum representante para participar do debate, o banco recebeu uma forte vaia dos aposentados e dirigentes sindicais.
“Estamos falando de uma população idosa. Enquanto o trabalhador está produzindo na ativa ainda serve para a empresa, mas ao se aposentar é tratado como lixo”, criticou a deputada Lilian Behring, que promoveu a audiência. “É o momento em que o trabalhador mais precisa de saúde”, acrescentou.

O poder dos bancos

O presidente do Sindicato do Rio José Ferreira, lembrou que o Itaú, quando ofereceu um Plano de Demissão Voluntária prometeu a manutenção do plano de saúde para os bancários que aderiram.
“O aposentado do Itaú ou compra alimento para a família ou paga o plano. Os bancos tornaram-se hoje um poder no Brasil e é preciso que o setor apresente uma contrapartida social, a começar pela garantia do plano de saúde dos aposentados”, acrescentou.

A manobra do banco

Maria Izabel, representante da COE (Comissão de Organização do Empregados), criticou o fim do plano familiar e o modelo da apólice feita exclusivamente para os aposentados. “O Itaú fez uma apólice só para aposentados, tinha que oxigenar o plano com contribuições de novos funcionários. Claro que, com este modelo, o custo aumenta”, afirmou.

Representação dos trabalhadores

Ronald Carvalhosa, também diretor do Sindicato, criticou a individualização do plano, que era familiar, e questionou a legalidade dos abusos do plano e da portaria da ANS (Agência Nacional de Saúde), baixada no governo Temer, que cria brechas para aumentos abusivos, defendendo ainda a representação dos trabalhadores na Fundação Saúde Itaú, dando como exemplo, a Cassi, no Banco do Brasil.
“Quando o trabalhador paga 50% do plano porque a gestão é exclusiva do empregador?”, questionou.
“Nenhum bancário, mesmo da ativa, não teria condições de pagar os valores exorbitantes que estão cobrando dos aposentados. Esta luta está só começando”, afirmou a vice-presidenta do Sindicato do Rio, Kátia Branco.
Participaram ainda da mesa, a presidenta da Federa-RJ, Adriana Nalesso, Carlos Augusto, o Carlão e Jair Alves, representando a Contraf-CUT (videoconferência) e Jorge Valverde, do Sindicato de Angra dos Reis, representando a Fetraf-RJ/ES.

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