EXPEDIENTE DO SITE
Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Imprensa SeebRio
Com informações da Contraf-CUT
A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresntou dados sobre os avanços nas cláusulas sobre a diversidade, inclusão e pertencimento na negociação desta sexta-feira (30), em São Paulo.
A Fenaban apresentou os resultados de uma pesquisa com 35 bancos, que representam mais de 90% da categoria. Os dados mostram progressos importantes nas áreas de inclusão de pessoas com deficiência (PCDs). Há avanços também na ampliação das licenças maternidade e paternidade.
Protocolo contra racismo
Fenaban reafirmou também o compromisso com o 4º Censo da Diversidade e aceitou a proposta dos sindicatos de criação de um protocolo para enfrentamento à casos de racismo e LGBTfobia, especialmente de clientes contra funcionários.
Dados sobre PCDsv
O levantamento da Fenaban revelou ainda que 18.528 pessoas com deficiência atuam no setor bancário, o que corresponde a 4,28% da categoria.
Em relação ao abono de ausência para reparo ou conserto de prótese, prevista na Convenção Coletiva, que garante abono de ausência para reparo ou conserto de próteses os bancos informaram que foram registradas 101 ocorrências: 52 delas entre setembro e dezembro de 2024 e 49 de janeiro a abril de 2025.
“A Cláusula 116 da nova CCT começou a ser aplicada assim que foi assinada. Só entre setembro e dezembro do ano passado, tivemos 52 trabalhadores utilizando esse direito, o que mostra a importância dessa conquista para os PCDs da categoria”, destacou a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira.
“É preciso avançar na inclusão e oportunidades para pessoas LGBTQIA+, negros e negras, mulheres e Pcds. Esses temas são discutidos há 23 anos. Combater toda e qualquer forma de discriminação é nossa missão. Ao longo desses anos já conquistamos muitas cláusulas sociais que viraram referência para outras categorias, como por exemplo, a extensão da licença maternidade e paternidade para casais homoafetivos. Mas é preciso avançar em protocolos que orientem as bancárias e bancários acerca dos procedimentos a serem adotados em caso de discriminação. Além disso, é visível a redução de bancárias e bancários com 50 anos ou mais. Na média entre os bancos privados há somente 8% nessa faixa etária", explicou a presidenta da Federa-RJ Adriana Nalesso. É preciso combater o etarismo. Os dados demonstram que a pirâmide etária está mudando no Brasil, já não somos um país tão jovem, e essa população tem mais dificuldades de ascensão a carreira e realocação no mercado de trabalho”. Os bancos precisam assumir compromissos com essa pauta também", acrescentou.
Em relação à Licença-maternidade e à licença-paternidade, os números revelam que 84% dos bancos já ampliaram a licença-maternidade de 120 para 180 dias e a licença-paternidade de 5 para 20 dias; 6% disseram que adotarão essa ampliação até o primeiro semestre de 2026; Outros 6% ainda estão analisando e 4% não deram previsão. No entanto, 100% dos bancos garantem o mesmo tratamento a casais homoafetivos. Das 7.269 licenças-maternidade concedidas, 99,6% (7.240) foram de 180 dias; Das 6.770 licenças-paternidade, 99,4% (6.732) foram de 20 dias.
Comunidade LGBTQIA+
Nas questões das demandas da comunidade LGBTQIA+, entte os bancos que responderam à pesquisa, 97% reconhecem uniões homoafetivas estáveis e aplicam os direitos da CCT aos cônjuges; 71% orientam que cônjuges do mesmo sexo tenham acesso ao plano de saúde do companheiro bancário.
O levantamen5yto mostra ainda que 3257 pessoas já são dependentes nos planos de saúde dos seus cônjuges dentro dessas instituições.
Sobre declarações de repúdio à discriminação LGBTQIA+, 71% anunciaram que já publicaram; 14% farão isso até o fim de 2025 e 3% farão a publicação até o primeiro semestre de 2026 Já 11% estão pendentes nesta questão.
Sobre declarações de apoio à igualdade com destaque às pessoas trans, 69% já declararam; 11% farão em 2025; 3% até o primeiro semestre de 2026;
17% estão pendentes.
Quanto às Informações internas sobre o respeito à população LGBTQIA+, 91% dos bancos disseram informar seus empregados; 6% farão isso até 2025 e 3% estão pendentes.
Na criação de canais de apoio à este grupo, 86% dos bancos disponibilizam canais para tratar de temas LGBTQIA+; 8% irão implementar ainda este ano e 3% até o 1º semestre de 2026. Já 3% seguem pendentes.
Cerca de 94% desses canais são os mesmos utilizados para denúncias de assédio moral, sexual e outras formas de violência.
Sobre a população , a pesquisa da Fenaban identificou 233 pessoas trans trabalhando no setor bancário.
Os dados mostram que 77% dos bancos que responderam à pesquisa têm pessoas trans em seus quadros; 20% não forneceram a informação e
3% afirmaram não controlar esse dado. Os números mostram que 100% dos bancos garantem o direito ao uso do nome social.
Sobre a divulgação de iniciativas de diversidade, inclusão e pertencimento:
74% dos bancos já disponibilizam essas informações aos empregados; 14% farão isso até 2025; 3% até o 1º semestre de 2026; 9% estão pendentes.
4º Censo da Diversidade
O Comando Nacional dos Bancários cobrou a criação de um grupo de trabalho para a construção do 4º Censo da Diversidade, compromisso assumido pelos bancos na última campanha.
O próximo encontro para definição do questionário e do cronograma acontecerá na quinta-feira, 5 de junho, às 14h, com a participação de bancários, Fenaban, Ceert e o Dieese.
“Conhecer a composição da categoria por meio do Censo da Diversidade é essencial para garantir políticas de inclusão, avanço de direitos e a proteção do que já conquistamos. Não dá para avançar sem diagnóstico”, afirmou Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.
Protocolo de atuação em casos de racismo e LGBTfobia
Durante a mesa, os representantes dos bancários solicitaram a criação de um grupo de trabalho para elaborar um protocolo de atuação em casos de racismo e LGBTfobia, tanto entre colegas de trabalho quanto de clientes contra trabalhadores.
“A formação precisa vir acompanhada da ação para coibir esses tipos de violência. Recebemos denúncias de diversos casos de funcionários que sofreram racismo e os trabalhadores não souberam como reagir, porque não foram preparados. Então, a nossa proposta é desenvolver um protocolo que acolha e que coíba esses crimes, para proteger a categoria”, explicou a secretária de Políticas Sociais da Contraf-CUT, Elaine Cutis.
A Fenaban reconheceu a importância do tema, mas como não estava preparada para tratá-lo nesta reunião, sugeriu que o assunto seja debatido em uma próxima mesa.
Avaliação positiva
O Secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT Almir Aguiar cobrou a contratação de mais negras e negros no setor.
"O presidente da Fenaban Isaac Sidney reforçou o compromisso com a pauta de igualdade de oportunidades. O debate proposto, passando por mais contratações de negros e negras no sistema financeiro, empoderamento e ascensão profissional é fundamental para diminuir as desigualdades no setor", disse Almir.
"Outro ponto importante foi o debate para criação de um protocolo em casos de racismo", ressaltou Almir, lembrando que no dia 5 de junho, a comissão de diversidade da Contraf-CUT estará reunida com representantes do CEERT (Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades) e da Fenaban para debater dados da pesquisa do Censo da Diversidade.
José Ferreira, presidente do Sindicato do Rio, considerou positiva a negociação.
"O balanço da reunião de hoje é positivo do ponto de vista das propostas formuladas e do compromisso do encaminhamento. Vamos nos empenhar em colocá-las em prática e também cobrar para que os bancos efetivamente adotem as políticas que estamos construindo", afirmou José Ferreira, que também participou da reunião.