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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
No segundo e último painel da 5ª Conferência Estadual RJ das Trabalhadoras e Trabalhadores realizado na tarde deste sábado (24), no Clube de Engenharia, Centro do Rio, a jornalista Rosângela Fernandes, da ONG Criar Brasil, abriu o debate no painel “Papel da Comunicação nas Redes Sociais Popular e Sindical”.
Desafios e estratégias nas redes sociais
Rosângela falou dos desafios da organização dos trabalhadores e movimentos sociais enfrentarem a disseminação do ódio e de fake news pela extrema-direita e os interesses por trás dos algorítimos, tema de sua tese de doutorado.
“Precisamos de estratégia e coragem para defender a democracia”, afirmou, ressaltando que o campo progressista ainda defende de forma tímida os ataques conservadores nas redes sociais lembrando que há um poderoso patrocínio e poder econômico no engajamento para impulsionar publicações, mostrando os ataques de Nikolas Ferreira ao governo Lula por causa do escândalo no INSS, que na verdade, vem acontecendo desde o governo Bolsonaro e foi o atual governo que iniciou as investigações.
“Nós estamos fazendo o possível para mudar esta realidade?”, provocou, desafiando os dirigentes sindicais a postar e compartilhar mais conteúdos contra a narrativa da extrema-direita que replica ataques contra as minorias, como negros, mulheres e LGBTQIA+, contra os direitos humanos e o STF (Supremo Tribunal Federal), além de acusar as pautas de esquerda de ‘querer acabar com os valores da família dando como exemplo a fake news do “kit gay” usado na campanha eleitoral.
“Negam que houve ditadura, dizem que não houve tortura e estigmatizam e desumanizam as pessoas”, declarou, dando como exemplo a fala do ex-presidente Bolsonaro tratando negros quilombolas como "arroba ” (unidade de peso usada na pecuária brasileira) . Se queixou ainda do pouco engajamento dos dirigentes sindicais nos conteúdos das redes sociais dos sindicatos e movimentos sociais.
“Eles estão tentando conseguir uma grande maioria no Senado porque, mesmo que não ganhem a Presidência da República, terão o poder para aprovar um impeachment”, concluiu, alertando para os riscos contra a democracia.
O atraso em relação às redes
O jornalista Willian de Lucca, do portal ICL Notícias admitiu o nível atrasado com que o campo popular está em relação às redes sociais e que é preciso avançar muito. Questionou também a forma com que as redes são usadas pela esquerda.
“É preciso investir mais em perfis que dialoguem com a sociedade, que não falem apenas dos sindicatos”, destacou, estimulando a criação de perfis que abordem temas que estão no imaginário social do momento.
“A gente tem menos dinheiro, menos algarítimos. Não por acaso os donos dos algarítimos estavam todos na posse do Trump, um deles secretário de governo”, disse, referindo-se a Elon Musk, o homem mais rico do mundo e dono da plataforma X e de um conglomerado de empresas. Em seguida, o jornalista defendeu a retomada do diálogo com a sociedade pela esquerda.
“Criando conteúdos e relacionamentos, interagindo com outros, vocês podem influenciar outras pessoas”, completou Lucca.
A comunicação da Federa-RJ
Ao final, a presidenta da Federa-RJ e vice da CUT-RJ, Adriana Nalesso, fez uma apresentação do trabalho feito pela comunicação da entidade e pediu maior engajamento dos dirigentes sindicais, admitindo que é preciso avançar muito mais nesta área.
“Comunicação não é gasto é investimento”, completou, citando uma frase muito usada pelo saudoso jornalista sindical Vito Giannotti.
A Conferência Estadual foi encerrada com as eleições dos delegados e delegadas que irão à Conferência Nacional dos Bancários, que acontece nos dias 22, 23 e 24 de agosto de 2025, em São Paulo.