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Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
A Igreja Católica já tem um novo Papa: Leão XIV, nome adotado pelo norte-americano Robert Francis Prevost, primeiro nome dos EUA, país de maioria protestante, a ocupar a missão de liderar . católicos do mundo inteiro. A boa notícia para a ala mais progressista e as pessoas preocupadas com a necessidade de maior inclusão e ações sociais é que Francis Prevost era muito próximo ao Papa Francisco, embora mais comedido.
A eleição ocorreu no segundo dia do conclave e a escolha demorou menos do que o esperado, visto o número de vontades em relação ao número de cardeais saltou de 117 para 133 em relação ao conclave anterior.
A escolha do novo pontífice veio após uma fumaça preta ainda na manhã desta quinta-feira (8) e outra na rodada inicial, na quarta-feira (7).
O novo Papa assume 17 dias após a morte de Papa Francisco, vítima de um AVC e insuficiência cardíaca em sua residência no Vaticano. Em um papado que durou 12 anos, Francisco promoveu reformas históricas e aproximou a Igreja de um catolicismo mais próximo dos 1,3 bilhão de fiéis.
"Queremos ser uma igreja sinodal, que avança, que busca sempre a paz, a caridade, sempre estar próxima, principalmente daqueles que sofrem", declarou o pontífice.
A trajetória de Leão XIV
Nascido em 14 de setembro de 1955, em Chicago, Robert Prevost é
filho Louis Marius Prevost, de ascendência francesa e italiana, e de Mildred Martínez, de ascendência espanhola. Ele tem dois irmãos, Louis Martín e John Joseph.
Estudou na Catholic Theological Union em Chicago, graduando-se em Teologia. Aos 27 anos, foi enviado por seus superiores a Roma para estudar Direito Canônico na Pontifícia Universidade de Santo Tomás de Aquino.
O primeiro papa agostiniano começou na igreja em 2 de setembro de 1978. Em 29 de agosto de 1981, emitiu seus votos solenes.
Tornou-se prefeito do poderoso Dicastério para os Bispos, encarregado de nomear bispos em todo o mundo, em 2023. Antes de se tornar padre, aos 22 anos, se formou em matemática.
Ainda jovem, aos 27 anos, foi enviado por seus superiores a Roma para estudar Direito Canônico na Pontifícia Universidade de Santo Tomás de Aquino. Na Urbe, foi ordenado sacerdote em 19 de junho de 1982, no Colégio Agostiniano de Santa Mônica, por Dom Jean Jadot, pró-presidente do Pontifício Conselho para os Não Cristãos, hoje Dicastério para o Diálogo Inter-religioso.
Além de norte-americano, ele tem cidadania peruana, obtida em 2015. O cardeal chegou ao Peru como um jovem missionário agostiniano e, do país andino, partiu como bispo para o Vaticano, para se tornar uma figura central na administração do papa Francisco, de quem era muito próximo. .
Prevost passou um terço de sua vida nos Estados Unidos. O restante entre a Europa e a América Latina, uma das periferias do mundo, de onde também era natural o argentino Jorge Mario Bergoglio.
Arcebispo emérito de Chiclayo, cerca de 750 quilômetros ao norte de Lima, Prevost deixou o Peru para se juntar ao governo do Vaticano. Lá, ele chefiou o Dicastério para os Bispos, que tem a importante função de aconselhar o papa sobre a nomeação de líderes da Igreja.
Em 30 de janeiro de 2023, foi chamado por Francisco a Roma. Ele se tornou Prefeito do Dicastério para os Bispos e Presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina, promovendo-o a arcebispo. E no Consistório de 30 de setembro do mesmo ano, ele o criou e o tornou cardeal, atribuindo-lhe o diaconato de Santa Mônica.
Transformação da Igreja
Após a morte de Francisco, Prevost disse que ainda havia "muito a fazer" na transformação da Igreja. "Não podemos parar, não podemos retroceder. Temos que ver como o Espírito Santo quer que a Igreja seja hoje e amanhã, porque o mundo de hoje, em que a Igreja vive, não é o mesmo que o mundo de 10 ou 20 anos atrás", disse ele, no mês passado, em entrevista ao Vatican News.
"A mensagem é sempre a mesma: proclamar Jesus Cristo, proclamar o Evangelho, mas a maneira de alcançar as pessoas de hoje, os jovens, os pobres, os políticos, é diferente", disse Robert Francis Prevost.
Casos de abuso sexual na igreja
O novo Papa enfrenta, porém, acusações relacionadas ao suposto encobrimento de abusos sexuais durante sua passagem pelo Peru.
No país sul-americano, Prevost atuou como arcebispo em Chiclayo de 2015 a 2023. Ele teria ignorado denúncias de vítimas contra dois padres acusados de abusos cometidos há cerca de uma década. O caso continua sem desfecho, mesmo após abertura de investigação interna em 2022.
Sobreviventes alegam falta de ação e denunciam uma cultura de impunidade. Principalmente nos EUA. Desde 2002, uma série de denúncias de pedofilia por parte de religiosos afeta o país.
Em Boston, Alexa MacPherson conta que sofreu abusos sexuais de um padre por anos. E que, mesmo após a denúncia, o agressor ainda está solto e não foi levado à Justiça.