Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

Steve Bannon, um dos principais estrategistas de Donald Trump e de candidatos de extrema-direita em todo o mundo, como Jair Bolsonaro (PL) do Brasil, se declarou culpado de uma acusação por esquema de fraude relacionada à sua campanha de arrecadação de fundos para o muro do presidente dos EUA ao longo da fronteira com o México. Ele foi acusado de lavagem de dinheiro e conspiração em 2019, e acusado de enganar doadores que contribuíram com mais de US$ 15 milhões para uma campanha privada de arrecadação de fundos, conhecida como "We Build the Wall", durante o primeiro mandato de Trump na Casa Branca.

Contradições do Judiciário

Ao ver a estratégia jurídica de negar as acusações dar errado, o assessor político especialista em redes sociais, atendendo seus advogados, aceitou a admissão do crime para evitar a prisão, por mais contraditório que possa parecer, o que revela também, as contradições da democracia e da Justiça da mais rica nação capitalista do mundo.

Em dezembro de 2019, um juiz federal do Texas bloqueou o uso de US$3,6 bilhões provenientes do Pentágono para o projeto e declarou que a proclamação de emergência pela Presidência para justificar o uso da verba para construção do muro na fronteira com o México era ilegal.

Inspiração para bolsonaristas

Este não foi o primeiro crime do guru da extrema-direita no mundo. Ele chegou a ser preso em outra denúncia de fraude, mas foi solto da prisão no fim de outubro, a uma semana da eleição nos Estados Unidos estava preso por ter se recusado a colaborar com uma investigação do Congresso dos EUA sobre o ataque ao Capitólio dos EUA em janeiro de 2021, numa tentativa dos trompista de criar o caos e dar um golpe de estado, caso que inspirou o ex-presidente brasileiro, Bolsonaro, e militares do alto escalão, inclusive, generais a participarem dos atos de vandalismo e de golpismo do 8 de janeiro de 2023, em Brasília.

Bannon foi condenado a quatro meses de prisão em 2022, mas recorreu da sentença e, só em julho de 2024, a Justiça determinou que ele ingressasse em uma prisão. Ele apresentou-se à prisão em 1º de julho, depois que a Suprema Corte rejeitou sua tentativa de adiar a sentença enquanto seus advogados entravam com recursos para evitar a condenação. Ele não foi preso antes porque foi autorizado a aguardar em liberdade seu recurso contra a sentença.

Ele e seus aliados trumpistas consideravam a prisão uma perseguição política”, mesmo argumento usado pelos bolsonaristas do Brasil para defender a tese de anistia de todos os envolvidos na tentativa de golpe do 8 de janeiro.         

Horas antes de deixar o cargo em seu primeiro mandato, o presidente dos EUA, Donald Trump, concedeu o indulto presidencial ao seu aliado, Steve Bennon.