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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
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Um ato público na Praça dos Três Poderes, em Brasília, nesta quarta-feira (8/1), marcou a passagem de dois anos da tentativa frustrada de golpe de Estado no Brasil, em 8 de janeiro de 2023. O “Abraço à Democracia” reuniu mais de mil pessoas. Um abraço ao redor da palavra democracia – escrita com flores – foi um dos momentos simbólicos mais importantes. A cerimônia ocorreu por volta de 12h20.
Antes, para marcar a data, o governo Lula promoveu também nesta quarta-feira uma série de cerimônias. Foram reintegradas ao acervo 21 obras vandalizadas pelos golpistas e que agora estão restauradas. O destaque é o relógio do século XVI, que teve que ser enviado à Suíça para ser consertado. A peça foi trazida ao Brasil por Dom João VI.
A segunda atividade foi a apresentação do quadro “As mulatas” de Di Cavalcanti. A peça foi restaurada após ser furada pelos golpistas. Por último, Lula, ministros, deputados, senadores e representantes de entidades da sociedade discursaram dentro do Palácio, sendo que, depois desceram a rampa do Planalto até a Praça dos Três Poderes para a manifestação 'Abraço da Democracia'.
Em defesa da democracia – O presidente Lula parafraseou o título do filme de Walter Salles "Ainda estou aqui" em seu discurso em defesa da democracia, durante a programação que marcou os atos golpistas de 2023. "Hoje é dia de dizermos em alto e bom som: ainda estamos aqui. Estamos aqui para dizer que estamos vivos e que a democracia está viva, ao contrário do que planejavam os golpistas de 8 de janeiro de 2023", afirmou. "Estamos aqui porque é preciso lembrar, para que ninguém esqueça, para que nunca mais aconteça", prosseguiu o presidente.
Lula reafirmou que os responsáveis pelos atos de 8 de janeiro de 2023 – com a invasão e depredação do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal – serão punidos, inclusive os suspeitos de um plano para matá-lo, ao vice-presidente Geraldo Alckmin e o então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes.
"Sempre seremos implacáveis contra quaisquer tentativas de golpe. Os responsáveis pelo 8 de janeiro estão sendo investigados e punidos. Ninguém foi ou será preso injustamente. Todos pagarão pelos crimes que cometeram, inclusive os que planejaram o assassinato do presidente, do vice-presidente da República e do presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Terão amplo direito de defesa e terão direito à presunção de inocência", disse Lula.
Punição para os golpistas – O STF já responsabilizou quase 900 pessoas pelos atos golpistas. Dos mais de dois mil investigados, 371 foram condenados, e cerca de 120 pessoas são consideradas foragidas.
Os ataques somam um prejuízo de R$ 56 milhões. Esse valor está sendo cobrado pela Advocacia-Geral da União (AGU), que, nesta quarta-feira, ajuizou mais um lote de 10 ações. Agora chega a 27 o número de condenados pelos ataques cobrados na Justiça. Já foram bloqueados mais de R$ 3 milhões e 223 veículos.
Centrais sindicais – Líderes de oito centrais sindicais do país assinaram carta intitulada “Defender a democracia é uma causa de todo o povo brasileiro”, divulgada nesta quarta-feira (8), que traz posicionamento contra a anistia dos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
No documento, as entidades lembram do início do processo de redemocratização, há 40 anos, com a eleição, ainda que indireta, de Tancredo Neves. Primeiro presidente civil após o golpe de 1964, a eleição de Tancredo marcou o fim da ditadura militar no país.
A carta celebra o período de democracia vivido pelo Brasil, desde 1985. “Entretanto, insistentes reflexos de um passado recente, o bolsonarismo saudoso da ditadura militar, nos alertam para o fato de que a democracia é um sistema em permanente construção, que deve ser cultivado e aprimorado sempre”, diz o documento.