EXPEDIENTE DO SITE
Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Fazer um balanço do ano de 2024 não é uma tarefa das mais fáceis. Saídos da pandemia experimentamos o retorno aos encontros presenciais e às lutas rotineiras de nosso Sindicato nas portas das agências, nas inúmeras reuniões por local de trabalho e nas ruas e praças levando nossas bandeiras, reivindicações e denúncias.
O ano de 2024 nos trouxe enormes desafios, pois na pandemia os banqueiros se apropriaram de parte das medidas que defendemos para a preservação da vida e da saúde dos bancários e das bancárias e passaram a se utilizar como forma de aumento da produtividade e da lucratividade. De nossa parte houve e há em curso uma luta para que o trabalho presencial seja realizado quando essencial e indispensável. Apresentamos aos bancos estudos que demonstram ganho tanto para os trabalhadores quanto para os patrões com essa medida.
O ano de 2024 também foi um ano em que se acelerou o processo de mudanças no trabalho bancário o no atendimento aos clientes e usuários dos serviços bancários, com a introdução da Inteligência Artificial, o fechamento significativo de agências e o crescimento dos atendimentos através de plataformas e agências virtuais.
As reestruturações dos bancos foram enfrentadas por um lado com manifestações e protestos pela preservação dos empregos e pela forte atuação de nossa secretaria de Saúde e do Departamento Jurídico do Sindicato que resultaram em um significativo número de cancelamentos de demissões e também de reintegrações, quer sejam pela via administrativa ou ainda pela via judicial.
Em nossa Campanha Nacional se travou um debate duríssimo pois os banqueiros tentaram inovar ao colocar na mesa uma proposta que tinha por consequência a quebra da unidade da categoria bancária nos fracionando entre segmentos de bancos, de funções e até mesmo de faixas salariais.
Os sindicatos, o Comando Nacional e a Contraf-CUT resistiram e obtiveram uma vitória significativa ao manter as regras atuais de nossa Convenção Coletiva Nacional, preservando nossa unidade e capacidade de luta e resistência e a lógica do aumento real.
A luta pela valorização dos salários e demais direitos também foi objeto de longas batalhas em que os bancos resistiam, apesar da alta lucratividade de sempre, em aceitar nossa proposta de reposição da inflação mais o aumento real. Ao final mais uma vez, tivemos sucesso com reajuste salarial conquistado por bancárias e bancários para 2024, de 4,64%, representa aumento real de 0,90% nos salários, VA e VR, PLR e todas as demais verbas.
A participação da categoria na campanha do Movimento Vida Além do Trabalho que garantiu a tramitação do PL 1105/2023 no Congresso Nacional, que propõe a redução da jornada semanal para até quatro dias semanais sem diminuição salarial, foi um avanço histórico, no sentido de que a classe trabalhadora precisa pautar os rumos econômicos e sociais do país. Este embate no Parlamento brasileiro continuará em 2025.
Foi relevante também a vitória da ampliação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$5 mil por mês, garantindo praticamente um 14º salário para cerca de 36 milhões de brasileiros a partir de 2026, inclusive uma parcela da categoria bancária. Esta é uma antiga reivindicação do movimento sindical, que defende uma ampliação ainda maior da isenção para os trabalhadores e a taxação dos super-ricos e dos lucros e dividendos para uma tributação progressiva, como praticam as nações mais desenvolvidas do mundo.
Se muito vale o já feito mais vale o que será, frase de nosso ilustre Milton Nascimento revela nossa disposição para o próximo ano, após renovadas as energias com as celebrações de natal e de chegada de um novo ano, pois há outros grandes desafios pela frente que são enfrentamento que já temos feito em combate às diversas formas de assédio na cobrança por metas; nas questões da assistência à saúde dos bancários e bancárias, bem como em relação ao custeio dos planos de saúde.
Vamos juntos fortalecer o nosso Sindicato e, com disposição, partir para novos desafios e enfrentamentos que virão, defendendo sempre uma nação mais justa para todos e todas e a democracia brasileira.
José Ferreira
Presidente do Sindicato dos
Bancários do Rio de Janeiro