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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
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Protestos contrários à anistia aos organizadores do golpe de Estado no Brasil, em dezembro de 2022, e pela sua punição, aconteceram nas principais cidades do país nesta terça-feira (10/12). As manifestações foram convocadas pela Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo, compostas por entidades do movimento social, movimento negro e de mulheres, centrais sindicais e sindicatos, entre eles o dos bancários do Rio de Janeiro, movimento dos sem-terra, sem teto e partidos políticos de esquerda.
Com o mote “Sem anistia para golpistas” os protestos aconteceram em ao menos 18 estados, além do Distrito Federal. No Rio de Janeiro, capital, houve um ato público no Largo da Carioca. Por conta do aviso de fortes chuvas o show que seria realizado na Praça XV, foi suspenso. Mesmo assim, parte da manifestação seguiu em passeaste até lá, como estava incialmente planejado. No estado do Rio, também foram organizados protestos no período da tarde em frente ao Instituto de Educação de Nova Friburgo, Região Serrana, e na rodoviária Roberto Silveira, em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense.
O presidente do Sindicato dos Bancários e Financiários do Rio de Janeiro, José Ferreira, falou sobre a importância de retornar às ruas para dizer não ao projeto de lei que anistia os organizadores do golpe fracassado de dezembro de 2022 e pela punição exemplar dos mesmos. “Dizemos não a quem ataca a democracia. Por isto mesmo, dizemos não aos golpistas e cobramos a sua punição. Fomos às ruas do país pela constituição de 1988, contra a ditadura e pela volta da democracia no Brasil. Os arquitetos do golpe planejavam se manter no poder e massacrar as liberdades democráticas. Por isto, voltamos às ruas para dizer que não tem anistia para quem ataca a democracia”, afirmou o dirigente bancário, durante a manifestação.
Fim da escala 6X1 – Os atos também exigiram a redução da jornada de trabalho, sem redução de salários, reivindicando o fim da escala 6X1; a valorização do salário mínimo e das aposentadorias; a taxação dos ricos; a garantia de investimentos na saúde e na educação, sem redução de gastos; contra o PL do estupro, contra o genocídio da juventude negra; e pela redução da taxa de juros.
Entre as entidades participantes, estavam, entre outras, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Frente Internacionalista dos Sem Teto (FIST), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), a Central Sindical dos Trabalhadores (CST), Levante Popular da Juventude e Afronte. Também compareceram representantes de partidos políticos como o PT, PCdoB, PSOL, PCB e Unidade Popular (UP).
A mobilização tem como reivindicação central o julgamento e a prisão de todos os envolvidos no caso. Atos foram realizados em Maceió (AL), Itabuna (BA), Salvador (BA), Fortaleza (CE), Brasília (DF), Vitória (ES), Goiânia (GO), São Luís (MA), Campo Grande (MS), Belo Horizonte (MG), Poços de Caldas (MG), Belém (PA), João Pessoa (PB), Curitiba (PR), Maringá (PR), Recife (PE), Teresina (PI), Rio de Janeiro (RJ, Campos dos Goytacazes (RJ), Nova Friburgo (RJ), Natal (RN), Porto Alegre (RS), Apiúna (SC), Criciúma (SC), Florianópolis (SC), Aracaju (SE), São Paulo (SP), Campinas (SP), Osasco (SP), Ribeirão Preto (SP) e Santos (SP).
Jair Bolsonaro indiciado – As manifestações acontecem em meio à repercussão da quebra de sigilo do inquérito da Polícia Federal (PF) sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022. No último 21 de novembro, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), os generais Augusto Heleno e Braga Netto outros 34 investigados foram indiciados pela PF pelos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
A investigação revelou que o plano golpista incluía os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O documento foi encaminhado à Procuradoria Geral da República (PGR), que define se apresenta a denúncia, solicita novas diligências ou arquiva o processo.
“Mesmo vindo de um grupo político com notória inclinação golpista, autoritária e avessa à democracia, o grau de violência e desumanidade causa espanto. O caso extrapola a definição, já grave, de conspiração política, e avança para o crime organizado e para o terrorismo”, avalia nota conjunta de organizações sindicais, entre as quais a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), a Intersindical e a Força Sindical.