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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
A tramitação da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que prevê o fim da escala de trabalho 6x1 e adoção da jornada 4 x 3 deverá ficar para 2025, segundo informação dada pela deputada federal autora da proposta, Erika Hilton (Psol-SP), em entrevista no último sábado (23), durante a Expo Favela, realizada no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza. O projeto foi aprovado e já superou a quantidade de assinaturas necessárias, tendo mais de 230 assinaturas, quando o mínimo era 171. Neste meio tempo, os parlamentares que apoiam a redução da jornada querem dialogar com micro e pequenas empresas sobre o tema.
A mobilização nas ruas e nas redes sociais a favor da PEC continua a todo a vapor. Segundo dados da Nexus Pesquisa e Inteligência de Dados, houve um crescimento de 2.120% no número de postagens sobre o tema nas cinco plataformas digitais.
Será o nível de mobilização popular que poderá garantir a mudança na jornada de trabalho no país, medida já adotada com sucesso por empresas de algumas das nações mais desenvolvidas da Europa.
Brasileiro trabalha muito
Uma mitificação criada pelas classes dominantes no Brasil criou a ideia de que o povo brasileiro "trabalha pouco". Dados da OIT (Organização Internacional do Trabalho) mostram que isso não é verdade. Segundo números do levantamento, o trabalhador brasileiro tem uma jornada semanal média acima de países mais desenvolvidos, como Estados Unidos, Itália, França, Alemanha e Reino Unido. Países que possuem uma jornada maior do que no Brasil não são os melhores exemplos em condições de trabalho e qualidade de vida para o trabalhador: China, Chile, Colômbia, México e Índia.
A CUT (Central Única dos Trabalhadores) realizou um debate mostrando que os impactos da IA (Inteligência Artificial) sobre o emprego e o meio ambiente tornam ainda mais urgente a redução da jornada de trabalho no mundo. Confira detalhes do encontro clicando no link abaixo:
O que bancários têm a ver com isso - A proposta de quatro dias de trabalho para três de folga (4 x 3) está em sintonia com a defesa do movimento sindical bancário para a categoria, que propõe a jornada de segunda à quinta-feira, com descanso na sexta, sábado e domingo.
Brasileiros que trabalham na Islândia elogiam redução da jornada
Países como Bélgica, Islândia, Escócia, Suécia, Alemanha e Nova Zelândia já fizeram testes sobre jornadas de 4×3. Outros países, como Inglaterra e Japão, consideram maior flexibilidade em horários.
A Islândia, primeiro país a oficializar nacionalmente a nova jornada deu um salto no crescimento econômico e na qualidade de vida dos trabalhadores. A medida contribuiu para a economia do país nórdico, que deu um salto, com crescimento de 5%. O segredo do êxito está também na organização dos trabalhadores:: 91% dos trabalhadores islandeses são sindicalizados, números publicados na edição anterior do Jornal Bancário,
Os brasileiros que vivem na Islândia aprovaram a mudança. Petro Pirani trabalha em uma agência de publicidade. “Já deu por hoje”, brinca o brasileiro, que vive no país europeu há dois anos. Por lá, a maior parte dos moradores trabalha em um regime de, no máximo, 36 horas semanais, seguindo regras normalmente definidas em acordos coletivos entre sindicatos e trabalhadores.
“No Brasil, eu via a vida passando durante a semana e, no fim de semana, tinha que escolher entre descansar ou fazer alguma alguma coisa. Aqui, a gente consegue fazer várias coisas durante a semana e depois trabalho. Eu parei de só ver a vida passar”, explica feliz da vida, o brasileiro.