EXPEDIENTE DO SITE
Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Quando acumular bilhões de reais todos os anos não tem limites, sempre à custa de fechamento de agências, demissões e adoecimento dos funcionários, como no caso dos bancos privados no Brasil, só a ganância desmedida explica a reestruturação do sistema financeiro nacional.
O Bradesco, por exemplo teve um lucro recorrente no terceiro trimestre de R$5,225 bilhões, um crescimento de 13,1%. Em nove meses já são R$14,2 bi acumulados. O patrimônio líquido também cresceu: alta de 1,3% em relação ao mesmo período do ano passado. É muito dinheiro que desmente os boatos de que a segunda maior instituição privada do sistema financeiro do país “estaria em dificuldades”, o que teria explicado o endurecimento da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) na campanha salarial 2024 dos bancários.
Apesar dos lucros extraordinários, o Bradesco tem demitido um número cada vez maior de funcionários, até mesmo pelo processo de reestruturação que tem extinguido agências físicas. De 2019 a 2023, o banco fechou 1.783 agências e 703 postos de atendimento. Este ano as dispensas continuam em todo o país.
“Não há justificativa para o Bradesco fechar tantas agências, demitindo trabalhadores e sobrecarregando ainda mais os empregados das unidades que continuam a funcionar. O banco explora, pressiona, assedia e adoece bancários só para ganhar mais dinheiro. Vamos intensificar ainda mais a luta em 2025 e denunciar à sociedade o que o banco tem feito com seus empregados e clientes”, afirmou o diretor do Sindicato do Rio e membro da COE (Comissão de Organização dos Empregados), Leuver Ludolff.
Santander bate recorde
O Santander lucrou nos noves primeiros meses deste ano, R$10 bilhões, uma alta extraordinária de 40,5%, três vezes maior do que a alcançada no lucro global do banco espanhol.
“O faturamento extraordinário só confirma o que os sindicatos têm denunciado: as instituições privadas do sistema financeiro nacional têm intensificado o processo de fechamento de agências físicas e demitido bancários com o único intuito de lucrar ainda mais. A situação prejudica não somente a categoria, mas também clientes e usuários”, disse a diretora do Sindicato do Rio, Maria de Fátima.
Mesmo faturando tanto dinheiro, o Santander fechou 706 postos de trabalho nos últimos doze meses, sendo 568 apenas no terceiro trimestre de 2024. A redução drástica na mão de obra acontece ao mesmo tempo em que aumenta a demanda de clientes, que somou 68,8 milhões de pessoas em setembro, com 3,4 milhões de novos clientes em relação ao ano anterior.
Mais informações sobre os lucros dos dois bancos, você confere em nosso site. Até o fechamento desta edição, o Itaú Unibanco não havia divulgado os lucros dos primeiros noves meses deste ano. Somente no primeiro semestre, o banco faturou R$ 19,843 bilhões, alta de 15,5%.