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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Os sócios do Patologia Clínica Doutor Saleme, que está sendo investigada pela contaminação de pelo menos seis pessoas por HIV após receberem órgãos transplantados, são parentes do deputado federal e ex-secretário de Saúde do governo Cláudio Castro (PL), Luiz Antônio de Souza Teixeira Júnior, o Doutor Luizinho.
Saúde financeira
Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira, sócio-diretor da empresa que assinou contratos com o governo Castro é primo de Doutor Luizinho. Já Walter Vieira, outro sócio do laboratório, é casado com a tia do político.
Doutor Luizinho foi secretário estadual de janeiro a setembro de 2023. Desde janeiro de 2023, o laboratório recebeu mais de R$ 20 milhões do governo do Rio em contratos para colher órgãos utilizados em transplantes.
Laços de família
Doutor Luizinho, que diante do escândalo divulgou nota, dizendo "que espera punição aos responsáveis, independente de quem for", não fala de um agravante que antecede ao escândalo dos órgãos colhidos pela clínica contaminados com o vírus da Aids: a contratação de empresa de familiares seus para serviços de saúde pelo governo, ou seja, o uso de dinheiro público para beneficiar parentes.
Que a saúde no Brasil virou um grande negócio sem nenhum pudor para operadoras de planos de saúde privados e para a indústria farmacêutica todo mundo já sabe. Mas quando as negociatas envolvem dinheiro público e membros de governo usam seus cargos para faturar grana em família, mesmo antes do pavoroso escândalo de órgãos transplantados com o vírus do HIV, isto já é crime e caso de investigação e caso comprovado o envolvimento de agentes públicos, motivo de prisão e inelegibilidade dos políticos, além da punição de empresários que brincam com a vida das pessoas levando dinheiro público por favorecimento de um familiar no governo.
Para que uma clínica privada?
Um outro fato coloca o contrato do governo Cláudio Castro com a clínica particular ainda mais sob suspeita: o HemoRio tem capacidade para fazer até 2 mil análises de sangue em amostras de doadores de órgãos por dia e o setor de transplante do Governo do Estado precisa de apenas 500 análises por ano. Fica ainda mais difícil para os envolvidos no escândalo que contaminou pelo menos seis pessoas com.o HIV e ao governo estadual explicarem o motivo real da contratação da clínica privada.
É acompanhar as investigações e cobrar punição aos envolvidos.