Segunda, 16 Setembro 2024 23:05
RESPEITE OS BRASILEIROS

Funcionários ficam frustrados com postura do Santander nas negociações

Marcos Vicente (segundo à esquerda, de preto) na negociação  com o Santander: cobrança para que o banco espanhol  respeite o Brasil e os funcionários brasileiros Marcos Vicente (segundo à esquerda, de preto) na negociação com o Santander: cobrança para que o banco espanhol respeite o Brasil e os funcionários brasileiros

O banco que deu o maior vexame nesta Campanha Salarial 2024, desrespeitando os trabalhadores e até chamando a polícia que acabou agredindo funcionários e sindicalistas, inclusive mulheres, em manifestações pacíficas, o Santander, velho conhecido por práticas antissindicais e o processo mais duro de terceirizações, inclusive com condenações na Justiça, decepcionou, mais uma vez seus empregados, desta vez, na mesa de negociações específicas.
O Banco insiste em tratar mal os funcionários no Brasil, justamente os trabalhadores que conferem ao grupo espanhol algumas das maiores fatias de seus lucros globais, criando impasses nas negociações do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) específico para seus empregados.
Enquanto em seu país de origem, os trabalhadores espanhóis gozam de benefícios como isenção de tarifas, taxas de juros diferenciadas para linhas de crédito, os funcionários brasileiros não têm este direito.
A reunião frustrante entre a Comissão de Organização dos Empregados (COE) e a direção do Santander ocorreu na última quarta-feira (11), na sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), em São Paulo, e terminou sem avanços significativos.

Retrocesso, Não!

Nesta sexta rodada de negociações, a COE cobrou uma resposta global do banco, já que, até o momento, nenhuma proposta dignas foi apresentada pelo banco em relação às reivindicações específicas, entre elas, a proposta do Santander para compensar o Programa de Participação nos Resultados do Santander (PPRS) com a Participação nos Lucros e Resultados (PLR).
"Esta medida representaria a retirada de direito. Não podemos aceitar retrocessos. Nós queremos avanços", afirmou a coordenadora da COE, Wanessa Queiroz.
Os representantes dos trabalhadores também pressionaram por uma solução para os problemas enfrentados com os planos de saúde em diversos estados do Brasil e pelo fim das terceirizações, além de defenderem que os sindicatos representem todos os trabalhadores do grupo, inclusive aqueles que estão sendo contratados pelas próprias empresas terceirizadas do grupo.

Saúde do trabalhador

O banco concedeu a isenção da coparticipação do plano de saúde para os funcionários PCDs (Pessoas com Deficiência), com doenças crônicas, degenerativas e vítimas do vírus HIV. No entanto, a empresa se recusou a estender o benefício para filhos dos trabalhadores com os mesmos problemas, com destaque para os neurodivergentes.

Avaliação do Sindicato

O diretor do Sindicato do Rio de Janeiro e representante da COE, Marcos Vicente, que participou da reunião na capital paulista, também criticou a postura do Santander nas negociações.
“Somos hoje responsáveis pelo segundo maior lucro do Santander, Já fomos por vários anos o primeiro com até 30% do faturamento mundial. Vários pontos da minuta reivindicada pelos funcionários do Brasil foram tirados do acordo com os funcionários da Espanha. Queremos avanço Não aceitaremos retirada de direitos. Santander respeite o Brasil e os brasileiros”, disse Vicente.

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