Terça, 10 Setembro 2024 22:54

Comando Nacional dos Bancários assina Convenção Coletiva 2024-2026

Comando Nacional assina a CCT. À esquerda, o presidente do Sindicato do Rio, José Ferreira. Foto cedida pela Contreaf-CUT. Comando Nacional assina a CCT. À esquerda, o presidente do Sindicato do Rio, José Ferreira. Foto cedida pela Contreaf-CUT.

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Imprensa SeebRio

Em solenidade na noite desta terça-feira (10/9) na sede da Febraban, a Federação Brasileira dos Bancos, na Avenida Faria Lima, em São Paulo, o Comando Nacional dos Bancários, a Contraf-CUT e seus sindicatos filiados, assinaram a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) que vai vigorar de 2024 a 2026. Avanços importantes foram conquistados após longas e difíceis negociações, em meio a paralisações e manifestações dos bancários e bancárias de todo o país.

A CCT garante que a categoria tenha os mesmos direitos em todo o território nacional. Este ano, nos itens salariais, foi conquistado 4,6% de reajuste, ou seja, a reposição total das perdas causadas pela inflação dos últimos 12 meses, além de aumento real de 0,9%. A CCT prevê, também, a reposição das perdas em 2025, mais 0,6% de aumento real. Os índices vão corrigir os valores dos tíquetes – VA, VR – e a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), além dos auxílios, neste e no próximo ano.

Além disto, prevê a antecipação da PLR para setembro, a antecipação do pagamento da 13ª cesta alimentação para outubro e avanços em dez novas cláusulas sociais.

O presidente do Sindicato dos Bancários e Financiários do Rio de Janeiro e membro do Comando Nacional, José Ferreira, participou da cerimônia de assinatura e falou um pouco sobre a Campanha Nacional, do seu resultado e dos próximos desafios “Após um processo de negociação dos mais difíceis, complexos e tensos que já tivemos, hoje formalizamos a assinatura da Convenção Coletiva de Trabalho. Alguns dos desafios permanecem e vão merecer de nós a continuidade do processo de denúncia e luta, quer seja no combate às terceirizações e na defesa da saúde e melhores condições de trabalho. Continuaremos também em luta para a conquista dos acordos coletivos de trabalho (ACT) do Banco do Brasil e da Caixa e para que se somem aos direitos da CCT que assinamos”, afirmou.

Dever cumprido – Adriana Nalesso, também integrante do Comando Nacional e presidenta da Federa-RJ (Federação Estadual das Trabalhadoras e Trabalhadores do Ramo Financeiro) falou sobre o significado da assinatura da CCT neste momento. “A categoria bancária é sinônimo de resistência, especialmente pós reforma trabalhista e à luz da revolução tecnológica em curso. Assinar uma Convenção Coletiva que reúne mais de 170 bancos entre pequenos, médio e grandes e garante direitos para mais 430 mil bancários no país é um sentimento de dever cumprido, sabendo que a luta não acabou e temos muitos desafios a superar”, ressaltou.

Além da manutenção de todas as cláusulas da CCT atual, houve diversos avanços, entre elas, uma em que, pela primeira vez os bancos admitem a existência de assédio, com canal de apoio às vítimas e de recebimento de denúncias. Além da prevenção contra a violência contra a mulher, e compromisso dos bancos com a igualdade salarial entre homens e mulheres.

Prevê, ainda, a promoção do acesso e permanência de pessoas LGBTQIA+ nos bancos; iniciativas de requalificação para que os trabalhadores se adaptem às mudanças tecnológicas, com ênfase nas mulheres; e realização de um novo Censo da Diversidade, dentre outras.

Veja as principais conquistas da CCT

Econômicas

Em 2024, reajuste de 4,6% (reposição, mais aumento real de 0,9%)

(Em 2025, aumento real de 0,6%, além da reposição das perdas inflacionárias, válido também para VA, VR e PLR)

VA e VR – 4,64% nos valores mensais

PLR – Reajuste de 4,6% na regra básica, valores fixos e na parcela adicional

Aumento de 4,6% na 13ª cesta alimentação e adiantamento de vera em 1º de outubro

Reajuste de 8% na verba de requalificação, passando o valor para R$ 2.285, 84

Pagamento da antecipação da PLR em setembro

Aumento de 15% para contínuos e pessoal da portaria

Novas cláusulas sociais

Assédio

Pela primeira vez os bancos concordam em incluir o termo assédio moral, reivindicação da categoria

Canal de apoio às vítimas

Canal de denúncia

Mulheres na TI

Concessão de 3 mil bolsas de cursos introdutórios para mulheres ingressarem na área de TI, com prioridade para negras, mães e da comunidade LGBTQIA+

PCD

Abono de ausência para conserto ou reparo de prótese

Prevenção à violência contra a mulher

Canal e medidas de apoio

Combate à violência contra a mulher

Manifestação de repúdio

Informações para combater

Igualdade salarial entre homens e mulheres

Compromisso da igualdade entre gêneros

Adesão ao Programa Empresa Cidadã, garantindo licença-maternidade de 180 dias e licença paternidade de 20 dias

Mudança climática e calamidade

Em caso de necessidade, criação de Comitê da Gestão de Crise, sempre que pedido pelo Comando Nacional dos Bancários

O comitê terá autorização para tomar as medidas necessárias aos bancários atingidos por calamidades

Medidas trabalhistas durante a calamidade

Censo da categoria 2026

A Fenaban se comprometeu a planejar para 2025 e a realizar até 2026, numa edição do Censo da Diversidade do Setor Bancário

Inteligência artificial

Requalificação profissional para adaptar a força de trabalho às novas demandas tecnológicas

LGBTQIA+ com destaque para transgêneros

Repúdio à discriminação e uso do nome social antes da obtenção do registro civil

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