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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) foi fundada em 28 de agosto de 1983, em São Bernardo do Campo (SP), completando nesta quarta-feira, 41 anos de existência. A entidade teve um papel fundamental para a luta contra a ditadura militar e a retomada da democracia no Brasil.
Mas porque a CUT é hoje tão atacada pela extrema-direita, assim como todo o movimento sindical, especialmente nas redes sociais?
O motivo é muito simples. Movimentos da direita e extrema-direita são financiados por grandes grupos econômicos e representam sempre o interesse das classes dominantes, nunca do trabalhador. E os sindicatos lutam pelos direitos da classe trabalhadora, que desde a criação da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) por Getúlio Vargas, como resultado da mobilização da luta coletiva dos trabalhadores, incomodam as elites econômicas do país.
Importância dos sindicatos
A importância da organização sindical é explícita quando pesquisas acadêmicas em todo o mundo comprovam que os países com maior índice de sindicalização são exatamente os que possuem os mais altos níveis de bem-estar social e qualidade de vida (IDH, Índice de Desenvolvimento Humano), como Noruega, Suécia e Dinamarca. Alemanha, Holanda e Reino Unido também possuem proporcionalmente muito mais trabalhadores sindicalizados do que o Brasil.
Não por acaso que até o atual presidente dos EUA, Joe Biden defende uma maior participação dos trabalhadores americanos nos sindicatos, tendo feito uma declaração neste sentido em setembro de 2023, quando Biden se juntou a um piquete de uma entidade sindical de trabalhadores autônomos para defender a organização coletiva dos trabalhadores.
Fato é que nos EUA o povo conquistou um alto poder de renda graças ao forte movimento sindical no país dos anos 30, 40 e 50.
Com o enfraquecimento do sindicalismo nos EUA, a classe média americana perdeu muito este poder de compra e direitos trabalhistas, o que contribuiu para a atual crise econômica no país.
Agora, os trabalhadores americanos estão se reorganizando para recuperar os níveis salariais perdidos em função do avanço do neoliberalismo.
No Brasil este ataque contra a luta coletiva da classe trabalhadora por forças políticas reacionárias é um grande desafio para a CUT e demais centrais sindicais.
"Nenhuma nação do chamado primeiro mundo prosperou sem a organização de luta coletiva dos trabalhadores, nem mesmo os EUA, a matriz do capitalismo", destaca a vice-presidenta da CUT-RJ, Adriana Nalesso, que é também presidenta da Federa-RJ (Federação das Trabalhadoras e Trabalhadores no Ramo Financeiro do Estado do Rio de Janeiro).
O crescimento da CUT
A CUT é atualmente a maior central sindical da América Latina e a quinta maior do mundo. Nesses 41 anos de existência, a entidade foi marcada por inúmeras mobilizações e lutas em defesa dos trabalhadores: foram greves em todo Brasil exigindo reajustes salariais, garantias no emprego e contra demissões e trabalhos precarizados; campanhas por trabalho, terra, moradia, salário, previdência pública e caravanas em defesa da democracia, tendo tido participação fundamental nas Diretas Já, campanha política em defesa do voto direto para presidente da República nos anos 80 e no processo de redemocratização do país, derrubando a ditadura militar através da pressão popular.
Os cutistas participaram ativamente também da campanha pelo impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, protestaram contra as medidas econômicas neoliberais dos governos Sarney e FHC, contra a reforma trabalhista do presidente Michel Temer e as destruições sociais do último governo de extrema direita de Jair Bolsonaro.
Esses só são alguns dos exemplos das infinidades de ações em que a entidade marcou presença durante essas mais de quatro décadas de existência. Este ano, a CUT está em campanha contra os juros altos, que estão atrapalhando o progresso e desenvolvimento do país.
"Por essa trajetória em defesa da democracia e dos direitos trabalhistas e diante dos desafios presentes e futuros, o aniversário da CUT deve ser comemorado por todos os trabalhadores e trabalhadoras brasileiros", disse o presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro José.