Quarta, 28 Agosto 2024 01:32
PROPOSTA RECUSADA

Fenaban nega aumento real, propõe PLR sem reajuste e culpa bancários por demissões

Quarta-feira (28), Dia do Bancário, tem negociação e Dia Nacional de Luta e 4 de setembro haverá plenárias e assembleia para a categoria avaliar propostas ou definir os rumos das mobilizações
Ivone da Silva, Adriana Nalesso e José Ferreira: Comando rejeitou proposta e exige aumento real. Os sindicatos vão intensificar a mobilização Ivone da Silva, Adriana Nalesso e José Ferreira: Comando rejeitou proposta e exige aumento real. Os sindicatos vão intensificar a mobilização Foto: Contraf-CUT

 

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) voltou a desvalorizar a categoria bancária e negou a reivindicação por aumento real, na 10ª rodada de negociações com o Comando Nacional dos Bancários, realizada nesta terça-feira (27), em São Paulo. Os bancos propuseram pela manhã, um reajuste de 90% do INPC (Índice Nacional ao Consumidor). A proposta resultaria em perda de 0,38% para a categoria.

 

Comando rejeita proposta

 

O Comando rejeitou prontamente a proposta rebaixada e uma pausa foi solicitada pelos bancos. No retorno, na parte da tarde, os bancos apresentaram proposta de 100% do INPC nos salários e demais verbas (portanto, ainda ganho real zero) e somente em janeiro de 2025. Com essa proposta, a antecipação da participação nos lucros e resultados (PLR) ocorreria sem reajuste. O comando rejeitou novamente.

Os dirigentes sindicais ficaram indignados quando, na mesa, os representantes dos bancos culparam os trabalhadoras e trabalhadores “por encarecerem os produtos dos bancos” e voltaram a justificar a razão por não apresentar uma proposta decente, alegando a concorrência no setor com outras instituições do ramo financeiro. Os bancos só não disseram que suas receitas são 15 vezes maiores que das cooperativas e 123 vezes maiores que das instituições de pagamento, segundo dados dos balanços do 1º trimestre de 2024.

 

Ataque aos direitos

 

Com a velho discurso de que o trabalhador “tem que escolher entre ter mais direitos ou mais empregos”, lógica da reforma trabalhista de Michel Temer e retirada de direitos do governo Bolsonaro que extinguiram direitos e terceirizaram mão de obra, mas na prática não geraram nenhum emprego no país, os bancos culparam “as conquistas da Convenço Coletiva de Trabalho pelo fato de o setor demitir”, uma alegação estapafúrdia.

 

Prazo até sexta (30)

 

Para o movimento sindical, os bancos só querem ganhar mais dinheiro à custa dos trabalhadores. O presidente do Sindicato do Rio, que participou da reunião, criticou a postura da Fenaban e convocou a categoria para intensificar a mobilização.

“A Fenaban tem feito um jogo de desgaste e desrespeito com os bancários e bancárias ao apresentar sucessivamente propostas que trazem embutido um prejuízo aos trabalhadores. A nossa resposta a essa lamúria e provocação deve se dar através da participação e mobilização e por isso convocamos a categoria a participar e protestar nas redes sociais, nas manifestações convocadas pelo Sindicato e na assembleia que acontecerá no dia 4 de setembro, onde vamos deliberar sobre eventual proposta dos banqueiros e também sobre a mobilização que nos leve a vitória”, disse Ferreira.

Mostrando disposição para encontrar uma saída através do diálogo, o Comando Nacional decidiu permanecer na capital paulista até esta sexta-feira, 30 de agosto, para que a Fenaban apresente uma proposta decente.

As negociações continuam na quarta-feira (28), a partir das 10h, quando haverá também mais um Dia Nacional de Luta. Dia 4 de setembro tem plenárias e assembleia.

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