Terça, 20 Agosto 2024 20:04
QUEREMOS VALORIZAÇÃO

Comando Nacional rejeita retirada de direitos e proposta dos bancos que prejudicaria os bancários

Bancos repetem velha choradeira para justificar propostas rebaixadas e insistem em retirar direitos como na PLR para bancários afastados por doença
O Comando Nacional rejeitou de pronto a proposta da Fenaban que reduz direitos e desvaloriza a categoria O Comando Nacional rejeitou de pronto a proposta da Fenaban que reduz direitos e desvaloriza a categoria Foto: Contraf-CUT

 

Carlos Vasconcellos 

Imprensa SeebRio 

A postura da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) na negociação com o Comando Nacional dos Bancários nesta terça-feira (20), em São Paulo foi revoltante e uma decepção para a categoria. "Os bancos passaram o dia tentando criar um cenário 'catastrófico' da atual situação do setor alegando 'dificuldades' para tentar nos convencer a aceitar reajustes menores e retirada de direitos, o que nós do Comando rejeitamos de pronto. As desculpas da Fenaban não condizem com a realidade, que é de lucros recordes. O momento da economia é favorável e os bancos dão conta de atender as nossas reivindicações", disse o presidente do Sindicato do Rio e representante do Comando, José Ferreira. 

Os ganhos do setor 

Os maiores bancos do sistema financeiro nacional lucraram R$27,6 bilhões no segundo trimestre de 2024, um crescimento de 13,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Em 2023 os lucros somados foram de R$ 145 bilhões, uma alta de 5% na comparação com 2022.

Proposta indecente 

Mesmo com tanto faturamento à custa do adoecimento dos funcionários, a Fenaban não trouxe respostas às reivindicações da categoria e ainda fez propostas que retiram direitos, como mexer na PLR dos bancários afastados por doenças causadas pela gestão de metas, baseada em muita pressão e assédio moral. 

Só para se ter uma ideia da proposta indecente dos banqueiros, rejeitada de imediata na mesa pelo Comando, bancários do Bradesco, por exemplo, receberiam apenas 40% do que o banco pagou referente ao exercício de 2023 de participação nos lucros. 

"Não aceitamos propostas rebaixadas, retirada de direitos e nada que represente prejuízos para a categoria e queremos ser valorizados", acrescentou Ferreira. 

Diante da intransigência da Fenaban a negociação foi interrompida e será retomada amanhã de manhã, quarta-feira (21). 

"A lógica dos bancos é a de atacar direitos e rebaixar os índices de remuneração. Não vamos discutir nada que resulte em perdas para as bancárias e bancários. Queremos discutir uma convenção coletiva que tenha ganhos reais", disse a coordenadora do Comando Nacional dos Bancários e presidenta da Confederação Nacional do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira.

Principais reivindicações 

. Reajuste salarial que corresponda à reposição pelo INPC acumulado entre setembro de 2023 e agosto de 2024, acrescido do aumento real de 5%.

• Melhoria nos percentuais da Participação nos Lucros e Resultados (PLR).

• E melhorias nas demais verbas, incluindo tickets alimentação e refeição, auxílio creche e auxílio babá.

• Fim da gestão por metas abusivas, que tem gerado adoecimento na categoria;

• Reforço dos mecanismos de combate ao assédio moral e sexual;

• Direito à desconexão fora do horário de trabalho;

• Direito às pessoas com deficiência (PCDs) e neurodivergentes;

• Suporte aos pais e mães de filhos com deficiência;

• Mais mulheres na TI;

• Combate à terceirização e garantia de empregos;

• Jornada de trabalho de quatro dias;

• Ampliação do teletrabalho.

Lucro dos bancos: segundo trimestre de 2024

Banco do Brasil: R$ 9,5 bilhões  

Itaú: R$ 10,1 bilhões

Bradesco R$4,7 bilhões 

Santander: R$ 3,3 bilhões

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