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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Uma campanha ideológica pesada nas redes sociais da extrema direita visa colar a imagem do ministro da Fazenda Fernando Haddad a uma suposta "alta nos impostos no Brasil no governo Lula".
No entanto, a campanha bolsonarista dissemina, na verdade, mais uma vez, notícias falsas.
Desde que Lula assumiu a presidência em 2023, a carga tributária brasileira registrou uma queda significativa e não uma alta.
A verdade dos números
Dados divulgados pelo Ministério da Fazenda mostram que a carga tributária bruta caiu para 32,44% do PIB em 2023, uma redução de 0,64 ponto percentual em relação ao ano anterior, quando estava em 33,07%, durante a gestão do então ministro da Economia do governo Bolsonaro (PL), o banqueiro Paulo Guedes.
Recuperação econômica
Além de redução da carga tributária, o governo Lula, em comparação com o último ano da gestão Bolsonaro, elevou de fato a arrecadação do Brasil, mas não por aumento de impostos, e sim por causa de um desempenho melhor da economia. Mais consumo interno das famílias, mais venda no varejo e maiores ganhos no setor de serviços, aumentaram o volume da arrecadação da União.
Em 2023, foram arrecadados R$ 3,52 trilhões, um valor superior aos R$ 3,33 trilhões arrecadados em 2022, mas ainda assim, a carga tributária como proporção do PIB diminuiu.
O governo vê essa redução como um movimento positivo, pois a atual equipe econômica busca equilibrar a arrecadação tributária com o crescimento econômico para então garantir a sustentabilidade fiscal. A exceção é a elevação dos impostos sobre os super-ricos, o que já é realidade nos países capitalistas mais desenvolvidos, como os EUA e a Europa Ocidental.
A causa dos ataques
Na verdade, os ataques da extrema-direita contra Haddad têm como causa, não o aumento de impostos, que não existiu, e nem as alterações propostas pelo governo na reforma tributária que está sendo negociada com o Congresso Nacional, mas sim, o fato de o governo Lula defender a taxação dos super-ricos e o fim de uma série de privilégios de isenção de impostos que poderosos setores da economia possuem, como a indústria e o agronegócio Hadadd já anunciou que o governo pretende reduzir estas isenções, que representam perda de arrecadação que comprometem os investimentos sociais no país.
A taxação de grandes fundos em paraísos fiscais, os chamados fundos exclusivos, também incomoda as classes dominantes. O atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto e o ex-ministro da Economia Paulo Guedes possuem investimentos nestes fundos no exterior, uma forma de driblar o pagamento de impostos no Brasil.
O governo pretende aumentar a arrecadação federal entre R$ 100 bilhões e R$ 150 bilhões, com estas novas tributações sobre os super-ricos.
Na verdade, s extrema-direita que dissemina as memes nas redes sociais contra o atual ministro da Fazenda representa esta parcela do grande empresariado e de especuladores que não querem pagar impostos e, proporcionalmente, pagam menos impostos do que os pobres e a classe média.
Infelizmente, por mais estranho que possa parecer, trabalhadores pobres e da classe média e micro empreendedores embarcam nesta lógica e reproduzem as memes em suas redes como se esta nova tributação fosse atingir a população em geral.