Segunda, 08 Julho 2024 18:36

Nós queremos igualdade salarial, de direitos e oportunidades

Comando Nacional dos Bancários se reúne nesta quinta-feira (11) com a Fenaban, em São Paulo, para debater temas da Igualdade de Oportunidades na luta pelo fim de toda a forma de preconceito e discriminação

Igualdade de oportunidades e uma categoria sem preconceitos e discriminação. Esta bandeira de luta estará na mesa de negociações do Comando Nacional dos Bancários com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), nesta quinta-feira (11), em São Paulo.
Os sindicatos reivindicam igualdade salarial, de direitos e oportunidades de ascensão profissional para todos e todas, sem racismo, sem homofobia e nem discriminação de gênero, bem como em relação às Pessoas com Deficiência (PcDs). No mesmo dia da negociação haverá, pela manhã, um tuitaço com a hashtag #JuntosPorIgualdade.

Discriminação racial

Dados divulgados durante o VII Fórum Nacional pela Visibilidade Negra no Sistema Financeiro, realizado em 2023, mostra que, de um total de aproximadamente 450 mil trabalhadores e trabalhadoras bancários, os negros ocupavam apenas 110 mil vagas, segundo números de 2021 do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Nos cargos de comando, a situação de negros e negras é ainda pior: pretos representam apenas 3,3% e pardos, 20,3%, sendo que 75,5% destas funções de chefia são ocupadas por brancos.
A situação dos jovens negros no sistema financeiro também preocupa.
A juventude com até 29 anos, representava apenas 17,8% da totalidade na categoria. Dentre estes, apenas 31,6% eram negros e em maior número entre 18 e 24 anos.
“Os números mostram que a desigualdade salarial entre raças ainda persiste nos bancos e essa lamentável realidade reflete diretamente na vida dos jovens negros e pardos. Precisamos acabar com toda a forma de discriminação e garantir a igualdade de oportunidades na categoria”, afirma o diretor do Sindicato do Rio e secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), Almir Aguiar.

Bancárias ganham menos

No Brasil, a Lei 1.085/23, sancionada pelo presidente Lula no ano passado, representou um avanço no combate à desigualdade salarial no Brasil entre homens e mulheres. No entanto, levantamento feito pelos Ministérios das Mulheres e do Trabalho e Emprego, feito em março deste ano, revela que as trabalhadoras mulheres recebem, em média, 19,4% a menos que os homens.
Um levantamento da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), mostra que as mulheres bancárias recebem em média 22,2% menos que seus colegas masculinos. Esse cenário se agrava ainda mais para as mulheres negras que enfrentam uma disparidade salarial de até 40,6% em relação aos homens brancos na mesma posição.
“É inaceitável que no sistema financeiro, como em qualquer outro setor, as mulheres continuem recebendo, em média, menos que os homens. É preciso discutir mecanismos para acabar com esta discriminação e garantir a igualdade salarial, de direitos e oportunidades, também em relação à comunidade LGBTQIA+, negros (as) e as Pessoas com Deficiência”, afirma a vice-presidenta do Sindicato do Rio, Kátia Branco.
“Nesta quinta-feira estaremos na mesa negociando a igualdade de oportunidades e é fundamental que bancários e bancárias se unam e participem das atividades da campanha salarial, inclusive pressionando os bancos nas redes sociais”, declarou o presidente do Sindicato, José Ferreira.

Calendário de Negociações com a Fenaban

Data Tema
Julho:
•11/7 - Igualdade de Oportunidades
•18 e 25/7 - Saúde e condições de trabalho
(combate às metas abusivas)
Agosto:
•6 e 13/8 - Cláusulas Econômicas
•20/8 e 27/8 - Em definição

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