Sexta, 28 Junho 2024 11:01
CORRUPÇÃO PRIVADA

Empresário acusado de fraudes na Americanas é preso pela PF em Madrid

Ex-CEO Miguel Gutierrez teria manipulado resultados do conglomerado e fraudado mercados que trouxeram prejuízo de US$25 bilhões para bancos e investidores
Miguel Gutierrez foi preso pela PF nesta sexta-feira (28), em Madrid, na Espanha Miguel Gutierrez foi preso pela PF nesta sexta-feira (28), em Madrid, na Espanha Foto: Divulgação

 

Carlos Vasconcellos 

Imprensa SeebRio 

O empresário Miguel Gutierrez, ex-CEO da Americanas, foi preso nesta sexta-feira (28), em Madrid, na Espanha. 

Gutierrez foi alvo de mandado de prisão preventiva na última quinta-feira com a deflagração da Operação Disclosure, da Polícia Federal e teve seu nome incluído na lista de procurados pela Interpol após o mandado não ser cumprido já que o empresário estava foragido no exterior. 

Uma mulher que foi gestora do conglomerado da Americanas, também está sendo procurada pela polícia. Seu nome está sendo mantido em sigilo para não atrapalhar as investigações. 

Dinheiro em offshores

Segundo a PF, Gutierrez teria se desfeito de bens como imóveis e veículos e enviado o dinheiro ao exterior, em offshores sediadas em paraísos fiscais, antes de sair do país.

Fraude afetou bancos 

As investigações apontam para crime de falsificação de contratos e ocultação de dívidas. Gutierrez teria praticado fraudes contábeis e transferido patrimônio e dinheiro em nome de familiares no exterior. 

A manipulação de mercados feita pelos fraudadores levou ao fechamento de diversas lojas do grupo e trouxe prejuízos de US$25 bilhões para investidores e bancos, afetando inclusive, os lucros dos maiores bancos privados do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander. 

A trajetória do ex-CEO

Gutierrez começou sua carreira na Americanas em 1993, quando a companhia ainda era presidida por Carlos Alberto Sicupira, um dos acionistas de referência da empresa e parte do notório trio de bilionários, ao lado de Jorge Paulo Lemann e Marcel Herrmann Telles.

A partir de 2003, o rastreamento das operações financeiras e a prisão de envolvidos com delação premiada, levaram a PF a conseguir provas para a prisão dos empresários envolvidos no escândalo.

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