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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Uma tentativa de golpe militar agitou a Bolívia na tarde desta quarta-feira (26). Tanques do Exército e militares armados cercaram o palácio presidencial da Bolívia.
O presidente do país, o socialista Luis Arce, falou em "mobilizações irregulares", e o ex-presidente Evo Morales, em "golpe de Estado". No final da tarde as tropas golpistas teriam recuado e o golpe de Estado teria facassou.No entanto, a situação no país ainda é de tensão.
Arce, com apoio do novo comando das Forças Armadas anunciada pelo governo democrático, foi pessoalmente para a frente do Palácio e ordenou ao general golpista, Juan José Zuñiga, que se retirasse com sua tropa. O presidente boliviano declarou ao militar "que não se renderia em hipótese alguma". O militar recuou e no início da noite acabou sendo preso. Ele havia sido destituído do cargo, acusado de corrupção e traição à Pátria.
Unidades do Exército haviam tomado praças e ruas de La Paz. Um regimento do Exército colocou franco atiradores em uma praça de La Paz.
Militares fiéis ao governo democrático se mobilizaram para garantir o estado democrático de direito.
A população atendeu ao pedido de Morales e foi às ruas, em protesto contra a tentativa de golpe militar, derrotando a ação golpista.
Interesses internacionais
O atual governo acusa interesses Internacionais em função da descoberta da maior reserva de lítio do planeta na Bolívia, 23 milhões de toneladas. O país uniu forças com China e a Rússia para começar a explorá-la em escala industrial, o que incomoda aos EUA.
"Convocamos uma mobilização nacional para defender a democracia diante do golpe de Estado que o general Zuñiga tentou", disse o ex-presidente Evo Morales. "Não permitiremos que as Forças Armadas violentem a democracia e amedrontem o povo", completou.
O presidente Lula tem uma visita agendada à Bolívia até julho. O governo brasileiro divulgou nota repudiando qualquer tentativa de golpe contra o governo eleito democraticamente pelo povo boliviano.
Vários líderes da América Latina e do mundo condenaram a tentativa de golpe. Chama a atenção, porém, o silêncio do presidente da Argentina, Javier Milei.
EUA se omitiram
A declaração do governo dos EUA, que não repudiou oficialmente a ação golpista, mas apenas disse que "estava monitoramento a situação" e pediu "calma" ao país, também causou estranheza na opinião pública internacional.
Há dois dias atrás, o governo boliviano acusou os EUA de interferência nos assuntos internos do país. O Ministério de Relações Exteriores boliviano denunciou "ações" de funcionários da Embaixada americana em questões internas da Bolívia