Terça, 25 Junho 2024 11:16
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Medidas ultraliberais de Milei levam Argentina a agravar recessão econômica

Crise agravada com arrocho sobre os trabalhadores para cortar gastos públicos ocorre no mesmo momento em que os mercados cobram do governo brasileiro redução nos investimentos sociais e uma nova reforma da Previdência
O presidente da Argentina Javier Milei reduziu o déficit das contas públicas à custa de msis arrocho e miséria dos trabalhadores, agravando a recessão econômica de seu país O presidente da Argentina Javier Milei reduziu o déficit das contas públicas à custa de msis arrocho e miséria dos trabalhadores, agravando a recessão econômica de seu país Foto: Agustin Marcarian

 

Carlos Vasconcellos 

Imprensa SeebRio 

Até ontem, a grande mídia e os mercados comemoravam o radical e ultraliberal ajuste fiscal do presidente da Argentina, Javier Milei, que tomou posse em dezembro de 2023 com a promessa de cortar gastos públicos e promover déficit fiscal zero, a mesma cartilha neoliberal que a imprensa brasileira e os grandes empresários e bancos cobram do governo Lula no Brasil. 

No primeiro trimestre deste ano, o governo argentino divulgou o primeiro superavit desde 2008, após corte de investimento em áreas sociais importantes, como educação e saúde, com mais arrocho salarial e sacrifício dos trabalhadores.  

Cartilha ultriberal 

Agora o mundo assiste o resultado recessivo dessa política ultraliberal na Argentina e que o povo brasileiro já conhece e amargou, guardada as proporções das realidades econômicas de cada país, em quatro anos sob a gestão do então ministro da Economia de Jair Bolsonaro (PL), Paulo Guedes.  

O Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina recuou 5,1% no 1º trimestre em comparação com o mesmo período de 2023, informou o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec) do país nesta segunda-feira (24).

Em relação ao último trimestre do ano passado, o PIB (Produto Interno Bruto) argentino encolheu 2,6%, marcando a segunda queda trimestral consecutiva.

Com o resultado, a economia argentina entrou em recessão técnica - quando a atividade econômica de um país cai por dois trimestres seguidos.

O povo paga a conta 

Esta é a marca do primeiro trimestre completo do governo de Javier Milei: recessão econômica, desemprego, retirada de direitos trabalhistas e mais miséria.

"Estamos assistindo no Brasil a campanha dos bancos e grandes empresários para que o governo corte despesas e faça uma nova reforma da Previdência sacrificando os trabalhadores mais pobres que se aposentam, quando conseguem, pelo INSS. Com razão, o presidente Lula denunciou esta pressão dos mercados dizendo que, se for cortar gastos para o equilíbrio das contas públicas será tirando isenções bilionárias que setores como a indústria possuem, bem como a desoneração de 17 setores da economia que o governo queria suspender e as elites tanto cobraram para que fosse mantida. O problema é que as classes dominantes querem o estado mínimo para o povo mas sem abrir mão dos bilhões que recebem de financiamento e isenções deste mesmo dinheiro público ", criticou a vice-presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio Kátia Branco.  

A sindicalista citou o Ministério da Agricultura que deverá anunciar nesta quarta-feira (26), R$ 452,3 bilhões para o agronegócio, grandes e médios produtores rurais, como parte do Plano Safra 20024/2025, como exemplo de que o estado precisa gastar para ativar a economia do país. 

"Se querem equilibrar aa contas públicas e zerar o déficit que o grande empresariado abra mão destes investimentos e busquem financiamento no Itaú, Bradesco e Santander com seus juros estratosféricos, já que eles defendem tanto o mercado privado e apregoam que a presença do estado forte 'atrapalha a produtividade econômica ', o que sabemos, é uma falácia", concluiu Kátia. 

A indignação de Lula

Na semsna oassada, o presidente Lula fez um desabafo em relação à pressão que os mercados fazem para o seu governo cortar gastos públicos, o que resultou inclusive, em uma alta especulativa do dólar. 

"O que me deixa preocupado é que as mesmas pessoas que falam que tem que deixar de gastar, tem R$ 546 bilhões [na verdade, são R$ 646 bilhões] de isenção e desoneração de folha. São os ricos que se apoderam de uma parte do orçamento do país e eles se queixam do que está sendo gasto com o povo pobre. Por isso que eu disse que não me venham querer que se faça qualquer ajuste em cima das empregadas domésticas, dos trabalhadores e das pessoas mais humildes do país", declarou Lula.

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