Terça, 18 Junho 2024 18:05

Comando Nacional dos Bancários entrega minuta de reivindicações à Fenaban

Próximo passo da campanha é a mobilização da categoria nas ruas, locais de trabalho e nas redes sociais para pressionar os bancos nas mesas de negociação
O Comando Nacional entregou a minuta de reivindicações dos bancários à Fenaban, nesta terça-feira (18), em São Paulo O Comando Nacional entregou a minuta de reivindicações dos bancários à Fenaban, nesta terça-feira (18), em São Paulo Foto: Contraf-CUT

 

Carlos Vasconcellos 

Imprensa SeebRio 

O Comando Nacional dos Bancários, que representa as trabalhadoras e os trabalhadores da categoria entregou, nesta terça-feira (18), a minuta de reivindicações à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), em São Paulo. 

O documento é fruto da Consulta Nacional e dos debates nas conferências estaduais e regionais que definiram a pauta de reivindicações aprovada na 26ª Conferência Nacional e ratificada em assembleias de todo o país por cerca de mais de 95% dos participantes. 

A minuta servirá de base da Campanha Nacional de 2024. Este ano haverá a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho. 

No mesmo dia, houve a entrega das pautas específicas dos bancários do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, também na capital paulista. 

"Queremos dialogar com a Fenaban a questão do fechamento de agências e garantir os empregos da categoria, inclusive com a redução da jornada para gerar mais empregos, a saúde dos trabalhadores, além é claro, dos índices econômicos, como o aumento real dos salários e a valorização dos tíquetes. Definimos também o calendário de negociações, que vai até o dia 27 de agosto ", afirmou Jose Ferreira, convocando a categoria a participar das atividades de mobilização para pressionar os bancos na mesa de negociação. 

Desafios ante a IA

Uma questão que representa um desafio aos trabalhadores é o advento das novas tecnologias, inclusive a Inteligência Artificial (IA), que traz mudanças profundas no mundo do trabalho. O setor financeiro é o que mais investe nestas tecnologias no Brasil. 

"É necessário garantir a proteção dos empregos da categoria bancária e a ampliação da representação sindical de todo o ramo financeiro. A tecnologia deve ser utilizada para promover mais bem-estar ao ser-humano, garantindo aos trabalhadores, mais tempo para estudo, descanso, lazer e convívio com a família. Por isso, defendemos a jornada de quatro dias, gerando mais empregos. O avanço do mundo digital não pode ser apropriado por bancos e grandes empresas apenas para acumular mais capital, extinguindo empregos e gerando mais miséria ", disse José Ferreira. 

 Negociação Coletiva 

 A presidenta da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), Juvandia Moreira, destacou a importância da negociação coletiva, na qual a categoria tornou-se referência nacional. 

"Esta mesa é um grande exemplo de negociação coletiva, no Brasil para as demais categorias e esperamos continuar com a ajuda de todos para valorizar esse espaço. Não há democracia sem sindicatos fortes", afirmou. 

Ela destacou ainda que, somente no ano passado, os bancos tiveram um crescimento de 5%, o que representou R$ 145 bilhões. 

“Diante deste dado, que é resultado direto das trabalhadoras e dos trabalhadores, temos a expectativa de um bom acordo”, ressaltou a dirigente.

 Nossas reivindicações 

 A categoria reivindica aumento real de 5% (INPC na data-base), valorização dos tíquetes refeição e alimentação, aumento da PLR, preservação dos empregos, igualdade salarial entre homens e mulheres, combate ao assédio moral e sexual e mais saúde e menos metas, entre outras demandas. 

 Menos juros  

Os trabalhadores do setor financeiro defendem ainda menos juros. O Brasil ainda pratica uma das maiores taxas de juros do mundo. 

"Ao se encontrar com o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, mostrou que tem lado, a extrema-direita bolsonarista e isto só confirma as denúncias do movimento sindical de que ele está boicotando a política econômica do governo Lula, mantendo os juros altos e impedindo uma retomada mais consistente do desenvolvimento econômico", disse a vice-presidenta do Sindicato do Rio, Kátia Branco.  

Lula criticou a gestão de Campos Neto e disse que ele, ao se reunir com o governador de São Paulo, "estava pleiteando um cargo no governo estadual". O mandato de Campos Neto a frente do BC termina no final deste ano. 

"Campos Neto tem lado político e trabalha para prejudicar o país", criticou Lula. 

O compromisso social do sistema financeiro também é una reivindicação da categoria bancária. 

 Campanha unificada

 O vice-presidente da Contraf-CUT Vinícius de Assumpção destacou a importância da estratégia da campanha unificada da categoria. 

"O Fortalecimento da nossa unidade nas últimas décadas é uma conquista que tem garantido relevantes conquistas, unindo bancários e bancárias dos setores público e privado. Agora o nosso desafio é ampliar esta unidade com a representação de todos os trabalhadores do ramo financeiro ", afirmou Vinícius. 

Eixos da Campanha 

Os nove eixos da minuta de reivindicações, aprovados pela categoria, são: Aumento real de 5% (inflação + 5%;, PLR maior e ampliação de direitos; fim do assédio e dos instrumentos adoecedores na cobrança de metas; representação de todos os trabalhadores do ramo financeiro; defesa dos empregos, considerando os avanços tecnológicos no trabalho bancário; redução da taxa de juros para garantir o crescimento econômico e a geração de emprego e renda; reforma tributária, tributando os super ricos e ampliando a isenção do IR na PLR; fortalecimento das entidades sindicais e da negociação coletiva; ampliação da sindicalização; fortalecimento do debate sobre a importância das eleições de 2024 para a classe trabalhadora na defesa de seus direitos e da democracia, elegendo candidatos e candidatas que tenham compromisso com as pautas dos trabalhadores. 

Calendário das negociações 

Junho: 26/6

• Julho: 2, 11, 19 e 25/07

• Agosto: 6, 13, 20 e 27/8

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