Carlos Vasconcellos 

Imprensa SeebRio 

Com informações da Contraf-CUT 

Bancários e bancários, de todo o Brasil aprovaram, em assembleias realizadas nesta quinta-feira (13), a minuta de reivindicações que servirá de base à Campanha Nacional de 2024, para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho da categoria. O índice de aprovação foi superior a 95%. A maior parte das bases de bancários do país votaram por meio digital. 

Os próximos passos

Com a aprovação pela categoria em assembleias, o próximo passo será dado pelo Comando Nacional da categoria que vai entregar a minuta para a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) na próxima terça-feira(18). 

Os bancários lutam pela renovação da Convenção Coletiva de Trabalho e por uma representação sindical para os trabalhadores de todo o ramo financeiro. 

Pautas específicas 

As pautas de reivindicações dos Acordos específicos também serão entregues aos respectivos bancos. A COE (Comissão de Organização dos Empregados) do Santander já entregou aa demandas de seus funcionários à direção do banco. 

"As propostas da minuta foram construídas de forma democrática e com grande participação da categoria através da Consulta Nacional, de uma série de debates feitos em conferências estaduais e aprovada na 26ª Conferência Nacional. Agora as assembleias ratificaram a decisão de nossa Conferência que contou com delegados e delegadas de todo o país", disse o presidente do Sindicato do Rio José Ferreira. 

A Consulta, que ajudou a embasar a minuta, contou com a participação de 46.824 respondentes, sendo que, desse total, 28% não associados aos sindicatos da categoria, mostrando que ainda há espaço para novas sindicalizações a fim de fortalecer a campanha salarial. 

"Após a entrega das minutas, inclusive as específicas, precisamos construir uma forte mobilização dos bancários e bancárias nas atividades do Sindicato para pressionamos os bancos nas mesas de negociações e garantirmos a renovação da Convenção Coletiva, aumento real de salários, maior valor dos tíquetes, mais saúde com menos metas, melhores condições de trabalho e mais direitos", acrescentou o dirigente sindical, lembrando ainda que é preciso conquistar a representação de todo o Ramo Financeiro. 

Pauta política é importante 

Junto à pauta coletiva da categoria, o movimento sindical quer maior participação dos trabalhadores nas pautas políticas e nos processos eleitorais. 

"Fortalecer os bancos públicos e lutar por pautas progressistas nos governos e no parlamento são também fundamentais. É um erro achar que questões políticas não são importantes. Um exemplo é defendermos uma reforma tributária que amplie a isenção no Imposto de Renda para salários de até R$5 mil mensais, como prometido pelo presidente Lula e isenção para a nossa PLR. Queremos ainda a tributação dos super ricos e dos lucros e dividendos de grandes investidores como ocorre nas economias capitalistas mais desenvolvidas do mundo", ressaltou Ferreira.

A questão ambiental também é considerada prioritária e o Sindicato quer debater o tema com a categoria e a sociedade. 

No próximo dia 27 de junho (quinta-feira), às 18h, o professor e escritor Leonardo Boff fará uma palestra sobre o tema “Sustentabilidade para um Novo Mundo”, no auditório do Sindicato. O endereço é Avenida Presidente Vargas, 502, 21º andar, Centro. A participação é aberta a todos, sem necessidade de inscrição.

"A categoria está inserida na sociedade e a participação dos trabalhadores na política é também fundamental para pautarmos uma agenda que garanta melhor qualidade de vida para toda a classe trabalhadora e um desenvolvimento econômico e social sustentável do Brasil", explicou o presidente do Sindicato do Rio, que disse acreditar no poder de organização de luta da categoria, mesma posição da presidenta da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), Juvandia Moreira 

"Mais uma vez, a unidade é fundamenta para mantermos as cláusulas conquistadas e avançar em novos direitos, lembrando que, ao longo dos anos, a nossa categoria já demonstrou capacidade de organização de luta e, acreditamos que, em 2024 não será diferente", disse Juvandia.

Principais eixos aprovados na 26ª Conferência Nacional 

•Aumento real de 5% (inflação + 5%), PLR maior e ampliação de direitos

•Fim do assédio e dos instrumentos adoecedores na cobrança de metas

•Representação de todos os trabalhadores do ramo financeiro

•Defesa dos empregos, considerando os avanços tecnológicos no trabalho bancário

•Redução da taxa de juros para induzir o crescimento econômico e geração de emprego e renda

•Reforma tributária: tributar os super ricos e ampliar a isenção do IR na PLR

•Fortalecimento das entidades sindicais e da negociação coletiva

•Ampliação da sindicalização

•Fortalecimento do debate sobre a importância das eleições de 2024 para a classe trabalhadora na defesa de seus direitos e da democracia: eleger candidatos e candidatas que tenham compromisso com as pautas dos trabalhadores