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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Demorou, é verdade, mas finalmente o dirigente sindical da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Jadir Baptista, foi anistiado na última quinta-feira (23), por unanimidade, pela Comissão de Anistia, do Ministério dos Direitos Humanos.
O sindicalista é considerado pelos companheiros do movimento sindical, como uma pessoa desprovida de vaidades, fiel as melhores causas na defesa dos trabalhadores e pela soberania nacional e capaz de enfrentar, sem perder o ânimo, as maiores adversidades na vida.
"Há pessoas que vieram ao mundo para lutar sem parar por dias melhores para os que vivem do trabalho e por um mundo mais justo, igualitário e fraterno para todos os seres humanos. Uma dessas pessoas é o metalúrgico e dirigente Jadir Baptista", declarou o jornalista Bepe Damasco em artigo nas redes sociais sobre a merecida anistia.
Represálias da ditadura
Bepe lembra em seu texto, que "em 9 de novembro de 1988, quando o Exército brasileiro invadiu a Companhia Siderúrgica Nacional e assassinou os operários William Fernandes Leite (22 anos), Valmir Freitas Monteiro (27 anos) e Carlos Augusto Barroso (19 anos), Jadir era uma das lideranças daquela greve".
Como represália por sua ativa atuação em defesa de sua categoria, de toda a classe trabalhadora e da democracia, o metalúrgico acabou sendo demitido e teve o mandato de dirigente sindical cassado, já em plena "Nova República" do então presidente do Brasil, José Sarney, que como dizia Leonel Brizola, era um "filhote da ditadura", já que Sarney foi governador pela UDN e depois Arena, apoiado pelo regime militar.
"Agora, após 36 anos, veio a reparação: além de uma indenização por ele ter sido impedido de exercer sua profissão. Jadir faz jus a uma pensão mensal", afirmou Bepe, lembrando que "a Comissão de Anistia pediu oficialmente desculpas em nome do Estado brasileiro pelas violações cometidas contra ele e outros militantes também anistiados na sessão desta quinta-feira, declarando-os heróis da pátria".
Luta pelo Banerj
Jadir possui uma trajetória de luta não apenas pelos metalúrgicos, mas também em relação a toda a classe trabalhadora, inclusive em solidariedade aos bancários, que possuem uma eterna gratidão por essa atuação.
"O companheiro Jadir foi um militante ativo na luta contra as privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso, inclusive na nossa batalha contra a privatização do Banerj. É mais do que merecida esta reparação histórica", destacou o diretor do Sindicato dos Bancários do Rio, Ronald Carvalhosa.