Quinta, 23 Mai 2024 12:57
NÃO APRENDERAM A LIÇÃO

Tramitam no Congresso Nacional 25 projetos e 3 PECs que afetam o meio ambiente

Tragédia ambiental no RS não foi suficiente para sensibilizar parlamentares do agronegócio e que defendem interesses do grande capital a se preocuparem com a questão ambiental

 

Carlos Vasconcellos 

Imprensa SeebRio 

O Brasil ainda está impactado com a tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul, mas nem a maior tragédia ambiental da história do país foi capaz de sensibilizar parte dos parlamentares do Congresso Nacional, ligados ao agronegócio e à interesses econômicos do grande capital para a urgente necessidade de políticas ainda mais rígidas e eficazes de proteção do meio ambiente. 

Ambientalistas denunciam que a tragédia foi agravada em função do afrouxamento das leis ambientais promovido, em nível nacional, pelo governo Jair Bolsonaro (PL) e, no estado gaúcho, pelo governador Eduardo Leite (PSDB). 

Deputados e senadores do Centrão, de direita e extrema-direita continuam insistindo em apresentar propostas que, se aprovadas, agravarão a crise ambiental no Brasil, conforme matéria publicada no site da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro). 

Atualmente tramitam no Congresso 25 projetos e três Propostas de Emenda à Constituição (PECs) que afetam o licenciamento ambiental, facilitam a grilagem de terras, atacam os direitos dos povos indígenas e afrouxam o Código Florestal e legislações sobre recursos hídricos, mineração, oceano e zonas costeiras.

Se aprovadas, as propostas terão um impacto imediato sobre o clima e o meio ambiente. 

Emergência climática 

Para o secretário de Meio Ambiente da CUT Nacional, Daniel Gaio, "diante de um cenário de emergência climática é preciso tolerância zero com as propostas que colocam em risco o meio ambiente. 

“As chuvas que assolam o povo gaúcho são um fenômeno da natureza, mas a flexibilização da legislação que protege o meio ambiente e a falta de investimentos em prevenção de enchentes, a ausência de planejamento urbano são ações humanas, de gestores que deveriam zelar pelo bem público e pela população”, ressalta o dirigente.

Envolver a sociedade 

O tema é cada mais relevante e precisa envolver toda a sociedade. Por isso, o movimento sindical quer debater com os trabalhadores a busca por alternativas, como de energias renováveis e a necessidade de um desenvolvimento econômico sustentável.  

As centrais sindicais propõem ao Ministério do Trabalho e Emprego, por exemplo, um conjunto de propostas para enfrentar as consequências da crise climática e ambiental.

A diretora da Secretaria de Meio Ambiente do Sindicato dos Bancários do Rio, Cida Cruz, criticou a postura destes parlamentares e ressaltou a necessidade de a classe trabalhadora se mobilizar em defesa do meio ambiente e a importância de, já na eleição municipal deste ano, votar em candidatos comprometidos com a questão ambiental. 

"Está em jogo não apenas o futuro, mas o presente imediato de nossas vidas, estamos vendo isso com tragédias anunciadas que poderiam ser ao menos amenizadas com políticas sérias de preservação ambiental. Quando criamos a nossa secretaria sobre o tema no Sindicato é porque queremos envolver os bancários e bancárias e toda a sociedade nestes debates", explicou Cida.

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