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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Com informações da Contraf-CUT
Os movimentos sociais organizados e a população negra do Brasil conquistaram uma importante vitória na sexta-feira passada (17).
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei 14.759/2023, que coloca no calendário de feriados nacionais o Dia da Consciência Negra e o Dia Nacional de Zumbi dos Palmares, celebrado em 20 de novembro.
O projeto é de autoria do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Recontar a História
O secretário de Combate ao Racismo da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Almir Aguiar, falou da trajetória da luta para tornar a data um feriado nacional.
“De 2011 até hoje, o 20 de novembro vinha sendo celebrado em mais de mil cidades brasileiras e em alguns estados, como Alagoas, Amazonas, Mato Grosso, Rio de Janeiro e São Paulo. Com essa lei, aprovada no Congresso e agora sancionada pelo presidente da República, o propósito dela ganhará força em âmbito nacional", afirmou Almir.
"Não se trata de criar apenas mais um dia de 'folga' para o tralhador, mas sim de termos a oportunidade para toda a sociedade refletir e debater sobre a relevância de fazermos a reparação histórica em virtude das consequências da escravidão e do racismo e de fortalecermos a luta pela ampliação das políticas afirmativas de inclusão racial, buscando, de fato, a igualdade de oportunidades", explicou.
Almir, lembrou ainda que a data é também um reconhecimento ao papel histórico de Zumbi e Dandara dos Palmares entre os heróis pela democracia, pela igualdade e pela emancipação popular.
"Ao longo da história, a população brasileira foi prejudicada em termos de representatividade, porque muitos negros e negras não foram reconhecidos nos livros e na historiografia oficial do ambiente escolar. Precisamos recontar a nossa história e o processo civilizatório brasileiro, fazendo jus à importância dos negros e negras não apenas para a riqueza cultural e a identidade nacional, mas também para o avanço das lutas políticas e sociais dos trabalhadores, o desenvolvimento econômico e até mesmo o trabalho acadêmico e científico no Brasil. A população negra construiu e continua a construir este país", concluiu o dirigente sindical, que é também diretor do Sindicato dos Bancários do Rio.